Sidney Navas
Eles estão por todos os lados e agem deliberadamente, a princípio, sem serem incomodados. Os chamados flanelinhas ou guardadores de carros, em muitas situações, se intitulam donos da rua e ainda por cima exigem o pagamento adiantado, caso o munícipe queira estacionar seu veículo na via pública.
Em alguns locais de grande movimento, muitos deles inclusive chegam a estipular valores que oscilam entre R$ 5 e R$ 10,00. Quem não pagar antes corre o sério risco de encontrar seu automóvel danificado. Com as festas de final de ano, esse tipo de ocorrência se torna ainda mais comum.
As autoridades afirmam que o papel da população é importante para inibir tal prática. O sargento do 37º BPMI, João Carlos de Oliveira, esclarece que a corporação é constantemente acionada para averiguar ação dos ‘flanelinhas’. Mas o problema, segundo ele, é que o solicitante nem sempre fica à espera da viatura. “Quando isso acontece quase nada pode ser feito. É preciso aguardar a chegada da polícia e apontar quem está infringindo a lei”, pontua.
Ele ressalta também que, de acordo com a legislação vigente, o simples fato de alguém pedir dinheiro para vigiar um veículo não constitui qualquer infração penal. O crime começa quando essa exigência ocorre de forma violenta e ameaçadora.
“Se um ‘flanelinha’ efetua a cobrança de forma violenta ou mediante ameaça, mesmo que velada, aí então se caracteriza o crime de extorsão. Agora se o cidadão for impedido de estacionar em locais públicos e permitidos, o acusado devidamente identificado responderá pelo crime de constrangimento ilegal. Se alguém fizer uso de meios ardilosos para que o condutor lhe pague voluntariamente, estará caracterizado o estelionato”, explica o policial.
A partir de sexta-feira (5), a PM dá início à ‘Operação Papai Noel’ com vistas à atuação dos ‘flanelinhas’. Quem se sentir incomodado deve chamar e esperar pela PM, que conduzirá todas as partes até a delegacia.