A oitiva que deveria coletar o depoimento do prefeito João Teixeira Junior (DEM), nessa quinta-feira (15), terminou em confusão generalizada dentro do plenário da Câmara Municipal. O fato ocorreu durante os trabalhos da Comissão Processante que apura a denúncia de supostas irregularidades no processo da compra dos R$ 4 milhões em Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) pela Prefeitura de Rio Claro.
Com prazo quase estourando, uma vez que a CP tem até o dia 29 de outubro para encerrar as atividades, o posicionamento do prefeito é o último passo antes da produção do relatório que será apreciado e votado pelos vereadores. O advogado de defesa Cristiano Vilela mais uma vez apelou para que o dono da empresa Maurício Silva Sousa e Wilson da Silva Cleto, seu suposto patrão, sejam ouvidos, o que novamente foi negado.
Ao ser questionado sobre a dispensa da licitação na compra, Juninho foi logo interrompido pelo advogado Luiz Gonzaga Bovo Junior, denunciante do caso no âmbito do Poder Legislativo. Ao ter a palavra, o prefeito justificou a compra citando de forma geral o estado de emergência. “Se não fosse o trabalho que fizemos, com certeza teríamos perdido muito mais vidas. Tivemos que agir. É só ir ao dispensário ver (os EPIs)”, declarou entre outros assuntos gerais, reiterando que está “tranquilo” quanto ao trabalho realizado no combate à Covid-19.
No entanto, ao ser questionando pela segunda vez pela presidente da CP Carol Gomes, em segundos foi novamente interrompido por Bovo Junior. O membro da comissão, Júlio Lopes, solicitou que o denunciante se comportasse. A partir daí, o vereador da oposição Luciano Bonsucesso reagiu contra o colega parlamentar e teve início toda a confusão dentro e fora do plenário. Com ânimos exaltados, vereadores, servidores, secretários municipais e assessores bateram boca aos gritos. Gomes chegou até mesmo a pedir que a Guarda Civil Municipal retirasse os envolvidos do local.
A sessão foi interrompida por cinco minutos e Juninho se retirou. O advogado de defesa alegou que orientou a saída do plenário “porque não existe condição de [o prefeito] ser ouvido nesta sessão”, com isso, a oitiva foi encerrada e nova foi remarcada para a próxima segunda-feira (19), às 9h, a portas fechadas.