Marcando a história das ruas centrais de Rio Claro, como a Rua 7, a escola Coronel Joaquim Salles, criada por um decreto de 17 de fevereiro de 1900, publicado no Diário Oficial do Estado de 24 de fevereiro daquele ano, completa, neste sábado (26), 121 anos.
O primeiro Grupo Escolar da cidade iniciou as atividades em 1º de março de 1900, com inauguração em 2 de junho do mesmo ano, e fica no Centro da cidade. Inicialmente, as classes masculinas e femininas funcionavam separadamente em dois prédios.
Junto das várias escolas públicas da capital e do interior, o edifício foi tombado pelo Condephaat (Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). A escola Coronel Joaquim Salles tem como diretora, desde dezembro de 2008, a professora Isabel Lopes da Silva; como vice-diretora Marly de Fátima Leonardo Stein, e como professora-coordenadora Fabiana Luna Nicoletti.
Comemorações de aniversário e a pandemia
Neste ano, com a pandemia da Covid-19, além das aulas on-line, a unidade está desenvolvendo com os alunos a ‘Gincana Solidária’, como parte das comemorações de aniversário. O objetivo é estimular ações solidárias e o sentimento de pertencimento à comunidade escolar, além de estimular a participação nas aulas e tarefas.
Com organização dos funcionários e apoio de alunos do Grêmio Estudantil, as ações abrangem: Campanha do Agasalho, Campanha de Alimentos e a venda de pão de queijo, no formato drive-thru, para ajudar na APM da escola. Para retirar, basta comparecer à sede da unidade, no Centro, até esta sexta (25) das 9h às 16h.
“Utilizar a tecnologia para ensinar tem sido nossa ferramenta neste momento tão atípico, oferecendo aulas pelo aplicativo do Centro de Mídias de São Paulo e aulas em tempo real pelo aplicativo Meet diariamente. Conhecer o google classroom, elaborar formulários, preparar materiais impressos para alunos sem acesso à internet são algumas das muitas atividades que estão sendo realizadas pelos aplicados e competentes 32 professores da nossa escola”, afirma a vice-diretora da unidade.
Prédio construído no antigo cemitério
O prédio na Rua 7, antes de se tornar escola, era o antigo cemitério de Rio Claro. Em 1975, segundo estudo feito pelo arqueólogo e pesquisador Anselmo Selingardi Junior, alguns restos mortais chegaram a ser removidos do local e levados para onde hoje é o Cemitério Municipal São João Batista.
Entretanto, muitos ossos humanos permaneceram no local, conforme comprovado na reforma do prédio realizada em 1996 quando funcionários que trabalhavam lá verificaram covas abertas.
Na cidade, o local sempre foi motivo de boatos, que se tornaram lendas urbanas, de pessoas que teriam, supostamente, encontrado algumas ossadas no local.
Inclusive, na época da construção do segundo prédio, em meados de 1903, representantes da opinião pública realizaram um abaixo-assinado, com 173 assinaturas, de pessoas contrárias à construção do prédio naquele espaço.
Para a transferência das classes para o novo prédio, as aulas foram suspensas entre os dias 14 de abril e 21 de abril de 1904, tendo retomado suas atividades no dia 22 de abril.
Várias personalidades já passaram pela escola Coronel Joaquim Salles
Alguns ex-diretores e professores da escola tornaram-se patronos de outras escolas, tais como: Nelson Stroili, Marciano de Toledo Piza, Antonio Sebastião da Silva, Djiliah Camargo de Souza, entre outros profissionais que dedicaram as vidas ao ensino.
“Saber que muitos deles passaram por nossa escola é uma emoção muito grande”, enfatiza a diretora Isabel Lopes da Silva.
Darci Ferraz de Toledo, funcionário da escola há mais de 22 anos, conta que entre os ex-alunos mais conhecidos encontram-se personalidades como o cineasta Roberto Palmari, Zita de Godoy Camargo, ex-aluna e patronesse de outra escola na cidade. “Além de Hamilton Prado, que veio a ser deputado federal e também tornou-se patrono”, declara.