Laura Tesseti
Os 44 trabalhadores da Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Material Reaproveitável de Rio Claro, a Cooperviva, têm sentido e muito a queda no material reciclável advindo das residências da cidade.
Segundo a presidente da cooperativa, Inair Francisco da Rocha Marcelino, a queda aconteceu por diversos motivos.
“Acredito que caiu pois as pessoas não estão mais tão preocupadas em separar o lixo reaproveitável do orgânico, então acabamos por não receber tanto material como antes”, aponta.
Há três anos funcionando em um novo espaço, localizado na Rua Meridian, sem número, no Distrito Industrial, a Cooperviva sentiu também a queda ao “sair da rua”, como menciona a presidente.
“Há dois anos, nós que trabalhamos aqui íamos juntos com os caminhões para a recolha, batíamos de casa em casa e as pessoas entregavam o material para nós, mas agora os caminhões passam nos bairros em determinados dias e as pessoas colocam a reciclagem na rua”, explica Inair.
Antes, o material que saía da casa ia direto para as mãos dos trabalhadores da cooperativa, agora é deixado nas calçadas e acontece de muitas pessoas pegarem os produtos reutilizáveis para vendê-los.
A cooperativa não questiona o fato de mais pessoas viverem da reciclagem e analisa que a queda na separação do lixo afeta a vida não apenas dos cooperados.
“Somos em 44 pessoas aqui, mas nossas famílias dependem do nosso trabalho para que possamos sustentá-las, então ficamos preocupados com essa queda”, aponta a presidente da Cooperviva.
Outro ponto abordado pelos profissionais são os materiais enviados. Muitas vezes, durante a separação dos resíduos, algumas pessoas acabam se confundindo e mandando coisas que não são reaproveitáveis.
“Acontece de virem roupas, fraldas, bastante lixo orgânico, não conseguimos reaproveitar isso e precisamos separar”, conta.
Inair fala que recebem todo tipo de material reaproveitável. “Todo tipo de plástico, jornal, papelão, garrafas pet de qualquer tamanho, alumínio, caixas de leite, vidros, recebemos e reaproveitamos tudo isso, só não pegamos nenhum tipo de lâmpada e nem madeira, pois não temos como reaproveitar por aqui”, finaliza.