Secretaria Municipal de Agricultura alerta para os cortes irregulares das raízes das árvores. Ação pode levar espécimes à queda

Recentes quedas de árvores em Rio Claro após fortes chuvas chamaram a atenção da população quanto à manutenção dos espécimes localizados em vias públicas e praças de todo o município. Diante disso, o diretor de manutenção da Secretaria Municipal de Agricultura, Tadeu Olivetti, explicou como é realizado o trabalho preventivo e de análise das árvores na cidade, em entrevista nessa quinta-feira (9) à Rádio Excelsior Jovem Pan News, no Grupo JC de Comunicação.

A queda da árvore de grande porte sobre uma banca de jornal, em praça no Alto do Santana, tem uma explicação, segundo Olivetti. “Foi um caso especificamente de que há uns 20 anos houve o recuo do passeio público para propiciar o estacionamento de carros em ângulo de 45 graus. Com certeza, quando foi executado o serviço de guias e sarjetas, houve o corte do sistema radicular (das raízes) desta árvore Tipuana, que tem um sistema de raízes secundário mais desenvolvido e não tem uma raiz pivotante bem desenvolvida. Com o corte, de imediato, não acontece nada. A árvore não morre e aparentemente continua saudável. Passado o tempo, mediante temporal, não tem mais raízes de sustentação e ela pode cair, como ocorreu”, esclarece.

O diretor alertou sobre esses riscos de se cortarem as raízes da árvore irregularmente. “Em qualquer curso de análise de risco em arborização urbana, a primeira premissa é que nunca se corte o sistema radicular das árvores. Isso infelizmente acontece, não somente em Rio Claro, mas também em outras cidades. A pessoa faz guia e sarjeta, cortando as raízes. Na hora não acontece nada, daqui 10, 15 ou 20 anos essa árvore acaba caindo”, afirma. O plantio irregular das árvores nos espaços públicos também é um problema alertado pela Prefeitura. “Quando há uma árvore, é preciso ter a projeção do diâmetro da copa menor que a projeção do sistema radicular. As raízes sempre devem ter um diâmetro maior de ocupação do que a copa. Em Rio Claro, o terreno da calçada é compacto, se não fizer tratamento de cova, o sistema de raízes não vai desenvolver e a copa sim. É um desequilíbrio em que porventura a árvore vai cair. Acontece muito na cidade e em outras do Estado de São Paulo”, finaliza.

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