Antonio Archangelo
Finalmente, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá apurar supostos desmandos no Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) saiu do papel, na sessão ordinária de ontem, 31 de março.
Após leitura do requerimento, em plenário, e divisão proporcional dos partidos em cada uma das cinco vagas da comissão, a assessoria do Legislativo divulgou nota confirmando o Partido dos Trabalhadores da presidência dos trabalhos com Raquel Picelli. A relatoria da CPI ficará com João Zaine (PMDB), já Maria do Carmo Guilherme (PMDB), João Teixeira Júnior (DEM) e José Pereira dos Santos (PTB) figuram como membros. De acordo com o líder da oposição, Juninho da Padaria (DEM), seu nome foi colocado para presidente da CPI, mas não obteve êxito na hora da votação, que aconteceu em sala interna da Câmara, sem acesso ao público.
A Comissão aguarda, agora, a chegada de parecer jurídico sobre o requerimento da CPI que deu entrada na Casa, o que deve acontecer em cinco dias. Após o parecer, a Comissão dará início, de fato, à investigação.
Conforme discurso do presidente Agnelo Matos (PT), existem dúvidas quanto à confecção do texto, que teria virado um grande questionário de perguntas e respostas, sem apontar fato(s) específico(s), relevante(s), para concentrar a apuração da Comissão.
Durante a sessão, o filósofo Carlos Marques, criticando a imprensa, a qual elencou como vendida e de jornalistas de boca de aluguel, assumiu a autoria do documento. Ao ser questionado sobre quantos tópicos teria sugerido ao requerimento, Marques disse todos, olhando para o chefe de gabinete do vereador Calixto (PRP), André Miranda. Este, por sua vez, citou que qualquer cidadão poderia sugerir termos para serem incluídos no requerimento da CPI. A Comissão terá 120 dias para apurar 46 tópicos contidos no requerimento.