Lourenço Favari

Autoridade quando o assunto é o movimento escoteiro, o rio-clarense Alexandre Banchi é o responsável pela pesquisa e redação do livro comemorativo do centenário do escotismo paulista.

Na publicação, entre outros temas, o autor descreve a participação dos escoteiros na chamada Revolução Constitucionalista de 1932.

Com previsão de lançamento para até março de 2016, ele destacou que todo levantamento do livro foi realizado e o material já foi entregue para a diretoria regional dos escoteiros, responsável pelo projeto.

ESCOTEIROS

PARTICIPAÇÃO

De acordo com a pesquisa, depois de 1924 o escotismo paulista passou por um período de indefinições e foi feita a estatização do método de Baden Powell, que se integrou ao ensino oficial do Estado que perdurou até o final dos anos 30. Com o início da Revolução de 32, os escoteiros se uniram e formaram novamente a Cruzada de Escoteiros, que havia sido criada em 1930.

“Serviram em todas as cidades paulistas em que houvesse uma unidade escoteira, exercendo os serviços de estafetas entre os postos de correios e telégrafos, atuando nos quartéis revolucionários, auxílio ao correio militar, plantão nas estações e emissoras de rádio”, descreve o texto.

Banchi destacou à reportagem as baixas geradas pelo conflito. “No movimento já homenageávamos o escoteiro Aldo Chioratto, de Campinas, que morreu com 10 anos devido aos estilhaços de uma bomba e que seus restos mortais repousam hoje no Mausoléu Constitucionalista, sendo a única criança a receber esta homenagem”, explicou. No entanto, o levantamento de Banchi apontou outros dois valentes escoteiros mortos: João Gama Junior, da capital, e Aniz Abdala, também de Campinas.

RIO CLARO

Conforme já havia declarado em reportagem da 23ª Revista JC Magazine sobre a história do Grupo Escoteiro Santa Cruz, do qual é diretor administrativo, Banchi reafirmou a participação dos escoteiros rio-clarenses na revolução.

“Não foi feito nenhum levantamento específico, mas os escoteiros, que na época integravam os grupos escolares, participaram como estafetas da revolução, ou seja, como mensageiros, e também trabalharam na campanha de arrecadação de materiais de sapa [metais velhos]”, frisou.

ENCERRAMENTO

O texto de Banchi aponta que “o encerramento dos trabalhos da Cruzada de Escoteiros Pró-Revolução foi determinado oficialmente no dia 9 de outubro [de 1932] em reunião com os diretores das associações e federações que compuseram o serviço auxiliar da revolução”.

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