Agentes da Vigilância Epidemiológica orientam população durante visitas aos bairros. Foto: Divulgação/PMRC

A estatística é uma importante aliada em setores fundamentais do serviço público. No caso da saúde, em Rio Claro, a contribuição vem do trabalho desenvolvido pelo doutor Eduardo Kokubun, docente e pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Kokubun se tornou mais conhecido na cidade durante a epidemia da Covid-19, e agora utiliza os números para orientar as ações de combate à dengue.

O boletim mais recente sobre a doença em Rio Claro, divulgado na quarta-feira (10) pela Fundação de Saúde, indica 5.251 casos de dengue neste ano. O boletim também aponta que o município não teve novo óbito por dengue e permanece com 24 óbitos e sete mortes em investigação. “A gente tem uma situação bastante atípica, tivemos um período acentuado que impactou muito a cidade em 2015, e a dengue, assim como outras doenças infecciosas, virais principalmente, a gente tem a expectativa que a pessoa, quando infectada, se imunize. Então em 2015 a gente teve uma crise muito acentuada em Rio Claro e não estava no radar que em 2024 se repetisse”, comenta.

Já em janeiro, porém, o aumento nos números de casos indicava a chegada de uma crise maior. “De início, neste ano, os casos estavam concentradas na região norte, mas a partir do momento que começaram a se espalhar, começaram a aparecer na região Sul, onde em 2015 foram poucos casos”, explica o pesquisador. A doença acabou encontrando ambiente propício para se espalhar pela região. As mudanças climáticas foram fator agravante, já que a expectativa de redução da circulação do mosquito transmissor da doença, o aedes aegypti, a partir do início do outono, não se concretizou porque as temperaturas não caíram como era o esperado.

O cálculo de Kokubun é de que Rio Claro já tem neste ano mais de 11 mil casos de dengue, porque nem todos os pacientes foram submetidos a exames, estando na classificação de prováveis. Em 2015, foram 21.345 casos. Desta vez, porém, o pesquisador alerta para a gravidade dos quadros, que levaram ao aumento do número de mortes. Na epidemia anterior, 7 pessoas perderam a vida devido à dengue.

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