Carine Corrêa
Quem não conhece em Rio Claro o pastel do “Seu João” ou o pastel da Margarida, na Rua 6 com a Avenida 40, na região do Lago Azul. A família Konigami mantém a tradição gastronômica em Rio Claro há pelo menos 30 anos. Naquele ponto, o comércio do pastel é realizado pela família há 15 anos. Todo esse tempo instalado no local causou estranhamento à família quando recebeu policiais na última quinta-feira (23).
O motivo, seria uma denúncia que foi encaminhada para as autoridades pedindo a retirada do veículo da família, uma Kombi azul. Na ocasião a barraca de pastel da família, que está aberta aos fregueses todas às quartas e quintas-feiras, das 7h ás 12h, também foi removida.
“Os fiscais da Prefeitura vieram na ocasião e reforçaram aos policiais que nossa situação está regularizada. Há seis anos mais ou menos também vendíamos pastel na Avenida Ulysses Guimarães. Agora funcionamos somente aqui nesse ponto”, explica o sansei Lucas Konigami, que trabalha com os pais João e Margarida na barraca.
“A venda do pastel já virou tradição em minha família. Trabalho com os meus pais nesse segmento há muito tempo”, reforçou. Lucas ainda diz que a documentação da Kombi foi regularizada e que o veículo chegou a ser apreendido.
O pequeno João Pedro Vital, de 9 anos, é um dos clientes fieis do pastel. “Meu pastel favorito é o de queijo”, disse o menino à reportagem. A irmã do garoto, Priscila Duarte, relata que pelo menos uma vez por semana vai na barraca com a família para comer o famoso pastel de Rio Claro.
A Prefeitura foi procurada e informou que o ponto está regularizado. “O espaço em que está localizada é considerado ponto de feira pela Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Silvicultura”, frisa.
O advogado e blogueiro do Jornal Cidade Sergio Santoro manifestou em seu espaço virtual sua opinião sobre esse episódio. “Quem denunciou? Um vizinho, alguém de olho no ‘ponto’ ou ainda alguma pessoa que não admite ver toda quarta-feira o ‘japa’ estampando seu sorriso de humildade. Passei por lá naquele momento, e a expressão acuada do simpático João japonês me cortou o coração. A cena foi muito triste”, opinou. “O que se discute não é a irregularidade do documento e sim a forma covarde de entregar alguém que não faz mal a ninguém”, acrescentou Santoro.