Murilo Pompermayer
“A depressão é uma doença, uma alteração no estado psicológico que afeta basicamente o humor e a vontade, a perda do prazer para atividades que antes eram rotineiras e até prazerosas”, define a psicóloga Lúcia Helena Hebling Almeida, professora-doutora e professora convidada da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Ao redor do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 121 milhões de pessoas padecem por conta desta enfermidade. Ainda conforme a OMS, 15 a cada 100 pessoas com a doença decidem colocar fim à própria vida. Segundo a Organização, por ano, no mundo, mais de 800 mil pessoas cometem suicídio.
Lúcia Helena explica que a depressão é diferente de uma simples tristeza, já que, conforme a profissional, normalmente há uma enorme falta de motivação, um desânimo para tudo e para com a maioria das pessoas. De acordo com ela, em muitos casos ela começa com o sintoma de irritação constante ou crises de choro aparentemente sem explicação.
A profissional diz que, quanto aos sintomas, muitos podem ser sentidos e notados, entre os quais dificuldades de concentração; mudanças súbitas no apetite e peso; sensação de fadiga crônica, cansaço e perda de energia; sentimentos de inferioridade ou culpa; e, nos casos mais graves, pensamentos frequentes sobre morte ou suicídio.
“É importante ressaltar sintomas que podem ser observados por outros que convivem com a pessoa depressiva: uma tristeza mais profunda ou irritação quase todos os dias e a maior parte do dia; insônia ou muito sono; agitação ou prostração; e dificuldades em tomar decisões que até então não eram observadas”, orienta a psicóloga.
Lúcia Helena enfatiza que o amparo profissional deve ser buscado assim que começarem os sintomas. Ela elucida que muitas vezes as pessoas não fecham um quadro de depressão, apresentando três ou quatro sintomas que interferem na sua rotina, no seu desempenho.
Para a especialista, o trabalho psicológico é muito importante para se investigarem as angústias e sofrimentos que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, já que a depressão, muitas vezes, pode ser um “sinal de alerta” para o indivíduo refletir no que precisa mudar, tanto em aspectos internos, psíquicos, bem como em relação à convivência com os outros.