Carine Corrêa
Em meio à investigação que ocorre no aterro municipal de Rio Claro – sobre suposto despejo de chorume in natura no Córrego da Servidão – protetores independentes da causa animal seguem ocupando o plenário da Câmara, cobrando ações do poder público quanto à investigação de supostos maus-tratos no Canil Municipal.
Diretora da OAB de Rio Claro, a advogada Maira Beltrame defende a devolução do Canil e do Departamento de Proteção Animal (DPA) aos protetores. “O departamento foi criado graças à luta dos protetores. Não tem nada a ver com política. Quem ocupa cargos hoje no departamento nunca participou das reuniões voltadas à luta animal. Dois cargos na gestão anterior eram ocupados por protetores. Quando lutamos pela criação do departamento, reivindicamos para o até então prefeito que não fosse um cabide de empregos. Que teria que ser ocupado por pessoas vocacionadas”, detalhou Maira Beltrame, reforçando ainda que deverá se pronunciar na próxima sessão camarária, por meio da Tribuna Livre.
“O Legislativo fiscaliza o Executivo. Se não houver alguma mudança nesse período, farei o uso da Tribuna”, acrescentou. A advogada ainda afirmou que, mesmo antes dos vídeos de supostos maus-tratos ‘vazarem’ nas redes sociais, a OAB já vinha recebendo denúncias de técnicas ‘duvidosas’ que vinham sendo praticadas pelos profissionais.
“No caso do vídeo do gatinho, poderiam ter sido utilizadas outras técnicas, como a do cobertor e da ‘gatoeira’”, avaliou. Ana Paula Arnold, protetora independe da causa animal, questiona ao poder público qual a nova equipe que está cuidando do Canil após rompimento com a empresa. “Quais são os nomes dos profissionais? Por que houve rompimento com a empresa antes do término da sindicância? Se no vídeo aparecem funcionários da Prefeitura, e não da empresa, por que eles não foram afastados?”, questiona criticando ainda o posicionamento da diretoria do DPA, ao dizer que “não sabia de nada” no tocante à denúncia de maus-tratos.
Prefeitura
A Prefeitura Municipal informou que irá encaminhar manifestação sobre o assunto nesta quarta-feira (4), portanto o posicionamento será veiculado na edição do JC desta quinta (5). O rompimento do contrato com a empresa que cuidava do Canil aconteceu no dia 28. A rescisão não encerra o processo administrativo aberto pela prefeitura para averiguar a denúncia, segundo a municipalidade.