Eles estão a postos 24 horas por dia, com um esquema de revezamento que inclui plantões para atuarem como órgão de proteção e garantia dos direitos das crianças e adolescentes. Em Rio Claro, cinco conselheiros tutelares realizam um trabalho fundamental dentro da sociedade e hoje, 18 de novembro, data em que celebram o seu dia, lutam para que esse atendimento se expanda: “A recomendação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) é que para cada 100 mil habitantes exista um Conselho Tutelar. Em Rio Claro já estimamos 208 mil habitantes, ou seja, deveríamos estar pensando em uma terceira ramificação do conselho”, disse o atual coordenador e conselheiro tutelar, Claudino Nunes Pereira.
Com as eleições municipais ainda muito comentadas (a população foi às urnas no último domingo), a 1ª-secretária e conselheira tutelar Isabel Cristina de Souza também falou sobre essa necessidade: “Esperamos que essa nova gestão tenha um olhar sobre nós. De abril até agora realizamos 520 visitas e somos apenas cinco profissionais para toda a Rio Claro. Enfrentamos um desafio e precisamos urgente de um segundo conselho”.
Além do atual coordenador Claudino e da 1ª-secretária Isabel, complementam esse time Juliane Balieiro, Leonardo Alves e Áurea Maria Rios, que ficam no cargo até o dia 10 de janeiro de 2024. Dentro do Conselho, a cada 10 meses, eles se revezam nas funções, sendo que todos eles irão desenvolver e passar por esse cargo de coordenadoria e secretariado.
Dia a Dia
“Esse espaço dentro do Jornal Cidade é muito importante, pois é preciso desmistificar e explicar o nosso trabalho para a sociedade, porque muitos ainda se confundem. Conselho Tutelar não é polícia e não cumpre esse papel de segurança pública. Isso fica a cargo da PM e GCM”, disse Juliane Balieiro.
Aumento de casos
Uma dura realidade chegou junto com este mês de novembro: o aumento no número de casos e registros de abusos sexuais. “No mês de outubro inteiro tivemos sete registros. Agora, em novembro, estamos ainda na metade do mês e já são oito registros. A vítima mais nova tem apenas oito meses e a mais velha 12 anos. Isso sim precisa ser divulgado e exposto, pois em todas as situações o autor não era nenhum desconhecido e sim alguém da própria família ou pelo menos próximo”, lamentou a conselheira tutelar Áurea Maria Rios.
Pandemia
Pela experiência dos conselheiros, o isolamento social aumentou o número de conflitos familiares: “Em muitos casos falta diálogo, falta vínculo afetivo, entre outras situações. Outra preocupação nossa é que a não ida das crianças e adolescentes para as escolas pode resultar em números bem mais cruéis do que apresentamos hoje. Muitas vítimas procuram socorro com os professores ou se não procuram apresentam mudanças no comportamento que levam a um olhar diferenciado do profissional para um aprofundamento da situação, o que é essencial”, relatou o conselheiro Leonardo Alves.