Foto: Agência Brasil

Alerta: o tabagismo ainda mata dois em cada três consumidores no Brasil

Riscos de retrocesso ameaçam saúde dos brasileiros. O Brasil é reconhecido internacionalmente por ter reduzido a prevalência de tabagismo nas últimas décadas, mas o advento dos DEFs (dispositivos eletrônicos para fumar) e o uso de aditivos de aroma e sabor em cigarros são fatores que ameaçam esse progresso, visto que ambos contribuem para uma maior experimentação entre jovens e, consequentemente, podem aumentar a prevalência de tabagismo e a dependência.

No caso dos aditivos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o seu uso em cigarros há mais de dez anos, justamente por verificar que eles são usados para deixar os produtos de tabaco mais palatáveis e atrativos, mas a proibição até hoje não foi efetivamente implementada devido a várias ações judiciais iniciadas pela indústria e seus aliados.

Enquanto isso, novos cigarros com sabor são continuamente inseridos no mercado brasileiro. Já os cigarros eletrônicos e outros DEFs, como os produtos de tabaco aquecido, também são proibidos pela Anvisa, mas podem ser encontrados ilegalmente.

Dados mostram que os jovens são de fato os principais consumidores desses produtos, especialmente pelo apelo tecnológico e de design, bem como o uso dos aditivos de sabor e aroma, que estão presentes em todos os DEFs. Ainda assim, a proibição da Anvisa é comprovadamente eficaz para frear um aumento ainda maior no consumo, e por isso a indústria do tabaco vem realizando esforços para conseguir a liberação desses produtos por outros meios, especialmente com lobby no poder legislativo.

O tabagismo ainda mata dois em cada três consumidores no Brasil e custa R$112 bilhões considerando custos com tratamento de doenças relacionadas com tabagismo (67 bi) e custos por incapacidade e morte prematura (45 bi).