Adriel Arvolea
Dando sequência à série de reportagens ‘Menores no mundo das Drogas’, que aborda o acesso fácil a drogas lícitas e ilícitas e suas consequências, o Jornal Cidade traz nesta edição esclarecimentos da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), setor de Entorpecentes de Rio Claro, sobre o tema, com destaque para as drogas sintéticas, a forma como os entorpecentes chegam até os menores e se é possível diferenciar algo ilícito que, muitas vezes, imita até o formato de doces populares.
Jornal Cidade – Quais são as drogas (lícitas e ilícitas) de maior incidência no momento?
DIG – Com relação à droga lícita de maior incidência no momento, com certeza, é o álcool, sendo o mesmo responsável pelas principais causa de desavenças sociais e desdobramentos em crimes contra a vida (homicídio). Quanto às ilícitas, fica a cargo da maconha, cocaína e crack, que são as drogas dominantes nas apreensões realizadas pela polícia.
JC – Hoje em dia, drogas ilícitas até imitam o formato de doces populares. Para um leigo, por exemplo, é possível diferenciá-los?
DIG – É muito difícil a diferenciação, sendo que até mesmo a polícia tal ato é delicado. Para se comprovar a sua ilicitude, há a necessidade da realização de exame de constatação que é realizado pelo Instituto de Criminalística. Alguns policiais mais experientes podem detectar a olho nu, mas sempre é necessário o exame pericial. O leigo deve sempre ficar atento à forma com que esse produto é encontrado, ou seja, diante das circunstâncias de sua localização deve ser levantada a suspeita, de tratar-se de produto entorpecente. É claro que se encontrarmos um desses produtos em forma de doce na gaveta dos nossos filhos, certamente, alguma coisa errada está acontecendo e a polícia deve ser acionada.
JC – Tem-se observado o aumento no uso de drogas sintéticas?
DIG – Sim. Isso é uma realidade, porém a apreensão de tais produtos é rara. Geralmente, são consumidos em ambientes fechados, como festas em boates, chácaras etc., o que dificulta a ação da polícia que somente age quando há denúncia sobre o fato. Traficantes são detidos com esse tipo de droga, mas depende de investigações aprimoradas que, muitas vezes, fogem dos meios tradicionais, o que exige um trabalho do setor de inteligência da polícia. São criminosos diferenciados dos demais mercadores de drogas, onde suas atuações atingem um nível destacado da sociedade, como os estudantes.
JC – De que forma essas drogas circulam no mercado, ou seja, chegam até os menores?
DIG – Os traficantes estão infiltrados em todo meio social. O menor de idade é facilmente recrutado por traficantes para que em seu meio possa promover a venda de drogas. A forma fácil de ganhar dinheiro por meio da venda de drogas atrai esses menores para o crime. Diariamente, menores são detidos com produto entorpecente destinado ao comércio ilícito.
JC – Em caso de denúncias à polícia, como a mesma deve ser formalizada?
DIG – Hoje, existe um canal de comunicação por meio do 181 ou 197, na Polícia Civil. A pessoa pode denunciar e sua identidade é preservada.