JÉSSICA NAKAMURA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Instituto Vital Brazil ainda não “achou a cura da Covid”, diferentemente do que afirma uma mensagem que tem circulado pelas redes sociais. O texto alega que um tratamento à base de plasma equino do instituto -grafado erroneamente como “Instituto Vital Brasil”- produziria “anticorpos 100 vezes mais potentes do que o humano”, com “eficácia de 100% na cura”.

O Instituto Vital Brazil de fato iniciou em maio de 2020 uma pesquisa para tratamento da Covid com soro obtido de cavalo, cuja patente foi depositada em agosto do mesmo ano.

Conforme esclarecido em nota pelo instituto, quatro dos cinco cavalos inoculados com a proteína S recombinante do coronavírus “apresentaram de 20 a 100 vezes mais anticorpos neutralizantes contra o novo vírus do que os plasmas de pessoas que tiveram a doença” -dado que pode ter causado a confusão propagada na mensagem.

No entanto, a eficácia do tratamento em humanos não pode ser comprovada, já que esses testes ainda não foram realizados. A boa notícia é que essa é a próxima etapa da pesquisa, que já passou pela fase pré-clínica, in vitro (em laboratório).

Desde a época do depósito da patente, o instituto tem delineado junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e à Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) os protocolos para o início dos testes clínicos em humanos. Assim que estiver devidamente aprovada e alinhada, terá início, em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), a testagem com 41 pessoas.

SOROTERAPIA NÃO SUBSTITUI VACINA

Embora a mensagem que circula nas redes encerre questionando “onde vão enfiar as vacinas”, é importante ressaltar que a soroterapia não substitui a imunização preventiva.

Utilizada há mais de um século em casos de raiva, tétano e picadas de animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões, o tratamento com soro funciona de forma a neutralizar o agente causador da doença (no caso da Covid-19, o vírus Sars-CoV-2) nas pessoas que já estão acometidas por ela.

Já a vacina não tem por objetivo curar a doença em quem a está manifestando, mas sim prevenir que as pessoas sejam contaminadas pelo vírus. Ou seja, trata-se de estratégias complementares no combate à pandemia de coronavírus.

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