Antonio Archangelo
Elektro fala sobre a transferência da iluminação pública para a prefeitura do Café JC. Sobre a polêmica para os municípios até dia 31, conforme estabeleceu a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Jornal Cidade entrevistou o especialista em relacionamento institucional da Elektro, Eduardo Zornoff. Confira:
JC – Como a Elektro vê a transferência da iluminação pública aos municípios?
Zornoff – A Elektro está cumprindo uma determinação da Aneel através da Rresolução Normativa 414/2014, que determinava a transferência dos ativos da iluminação pública aos municípios. O que a Elektro vem fazendo é apoiar os municípios com informações e experiência para que os municípios pudessem se preparar para assumir os ativos. Tínhamos um cenário anterior à resolução no qual 70% dos municípios já tinham a iluminação municipalizada. O restante das cidades ficava em SP, PR e MG.
JC – A medida é constitucional? Não está criando uma distorção, principalmente nos caixas das prefeituras?
Zornoff – Nós cumprimos o que a agência reguladora nos determinou. Não convém à empresa discutir se é constitucional ou não. Vamos cumprir o que a agência pediu.
JC – Mas ainda sobre esta questão, você acha bom ou ruim esta transferência?
Zornoff – A Elektro presta serviços e cumpre o que pede a Aneel. Uma vez a iluminação não estando dentro dos atendimentos, iremos absorver o quadro para outros setores. Hoje a iluminação pública está dentro do escopo de atendimento; com a mudança, o que iremos fazer é remanejar as pessoas.
JC – Mas, dentro do que está falando, como a iluminação pública foi dentro do rol de responsabilidades da distribuidora de energia?
Zornoff – Veio do modelo estatal. A antiga empresa Cesp, da qual fui funcionário, já fazia a manutenção. O que fizemos foi manter tudo aquilo que estava no contrato. Não houve nenhuma relutância de fazer ou deixar de fazer essa ou aquela atividade. Objetivamente falando, ninguém vai ficar ocioso.
JC – Muitas pessoas relatam que a Elektro “tirou o pé” em relação à manutenção, devido à transferência. O que fala sobre esta questão?
Zornoff – Isso é uma lenda. A empresa está intensificando ainda mais a iluminação, devido à entrega. Temos um parque com 680 mil lâmpadas, só em Rio Claro são 27 mil lâmpadas, segundo ou terceiro maior parque da nossa região. O que preciso falar é que as pessoas exerçam sua cidadania e liguem para reclamar com a empresa. Criar este hábito. Entre em contato com 0800-701-0102 ou [email protected].
JC – Mas qual é o custo?
Zornoff – A atividade iluminação pública está dentro das atividades de uma equipe que inclui, entre outras, o desligamento de energia, a poda de árvores e a troca de uma lâmpada, por exemplo. São várias atividades. A Elektro não tem só uma equipe para iluminação pública. Estes 3% da redução do que a prefeitura paga atualmente pela classe tarifária que inclui a manutenção da iluminação é teoricamente o custo da manutenção. Se ele reflete o custo real, daí entra na logística e inteligência operacional.
JC – Mas estes custos operacionais serão diferentes para a prefeitura?
Zornoff – Depende do padrão que a cidade vai querer. Qual o padrão que eu vou querer para a cidade onde eu moro? E este padrão atual? Qual o custo? Vou querer outro padrão? Aí é outro custo. O que os municípios estão fazendo é continuar o padrão da Elektro, que é determinado via reclamação. Os municípios é que passarão a receber estas reclamações. Só muda o lado. Você pode ter um telefone na ouvidoria para receber as reclamações. Um arroz com feijão. A comunidade deve escolher qual o padrão.
JC – Muito se fala que a Elektro teria interesse em participar desses serviços. Isso procede?
Zornoff – A Elektro poderia, mas não participará.
JC – Mensagem final.
Zornoff – Temos que entender a dificuldade como uma maneira de melhorar. A Elektro continua dando apoio aos municípios.