Lenin Cattai, 33 anos, é natural de Rio Claro, mas vive em São Paulo há 10 anos. Ao longo desse tempo, formou-se em Artes Cênicas; fez CPT (Centro de Pesquisa Teatral) com Antunes Filho; trabalhou no Club Noir, quando era coordenado pela atriz Juliana Galdino e o diretor Roberto Alvim; na Cia. de Teatro ‘Os Satyros’, onde além de trabalhar como atriz desenvolveu habilidades como peruqueira, figurinista e maquiadora.

Mergulhou inteiramente no universo teatral e, assim, sugiram oportunidades de fazer assistência para o renomado cenógrafo José Carlos Serroni e à figurinista Rosangela Ribeiro, sendo que ambos foram por muitos anos pilares no CPT e parceiros de Antunes Filho.

Desde dezembro de 2018 integra o Teatro Oficina ‘Uzyna Uzona’, quando recebeu convite da figurinista e maquiadora Sonia Ushiyama para ser sua assistente no espetáculo ‘O Rei da Vela’, que se estendeu para o ‘Roda Viva’.

Com texto de Chico Buarque e versão do diretor Zé Celso, a dramaturgia de ‘Roda Viva’ é a ascensão e queda de Benedito Silva (Roderick Himeros), cantor e compositor de sucesso inventado e fabricado pela mídia. A trama se desenvolve pelas intervenções do Anjo da Guarda (Marcelo Dalourzi) e do Capeta (Joana Medeiros), que fazem de Benedito o cantor de grande sucesso popular, Ben Silver.

Na equipe que integra o espetáculo, Lenin é assistente de maquiagem, cujo trabalho estético é fundamental na composição do personagem, que conversa com o figurino, com o desenho da luz, em conjunto com toda arquitetura cênica e direção de arte do espetáculo. Consequentemente, atinge o objetivo de passar o recado do ponto de vista da direção.

“Chegar no Oficina, vestir meu figurino do Tyazo, me maquiar, preparar toda a bancada de maquiagem do camarim, maquiar meus companheiros, atuar com eles, absorver o público presente, protestar politicamente, questionar toda essa conjuração que se abate sobre nós, através da arte, que é uma potência da natureza e alimento pra alma, ajuda a me reinventar como ser humano”, diz.

Para a profissional, satisfação e orgulho definem a oportunidade de integrar a obra. “É o lugar em que eu quero estar, é esse o trabalho que eu quero fazer e é sobre esse assunto que eu quero falar. E enquanto o espetáculo acontece e todo mundo vibra na mesma frequência, com energia e uma potência muito grande, isso me emociona. Se eu não tiver a perspectiva de que as coisas vão mudar, não tenho condições de continuar. E o ‘Roda Viva’ me ajuda a respirar nesse caos político do Brasil”, conclui Lenin.

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