Entre a cruz e a espada: para alguns políticos, as eleições de outubro aqui em Rio Claro estão se tornando um dilema, divididos entre as decisões dos partidos aos quais estão filiados x suas ideologias e preferências pessoais. Ou repulsa pessoal também. É o caso do ex-prefeito Du Altimari (na foto acima), que durante participação no programa A Semana em 60 Minutos da rádio Jovem Pan News ressaltou a solidez do MDB, que mesmo com divisões internas entre os “mais à esquerda”, de centro ou “mais à direita” consegue se manter unido e respeitando a vontade da maioria. Du também declarou que em nenhum momento foi pré-candidato a prefeito. “Não existe candidatura do eu sozinho. Eu coloquei meu nome no MDB assim, deixando claro que, se tivesse apoio, iria disputar”.
Sem chance: embora afirme que respeita a decisão do MDB de indicar Maria do Carmo Guilherme (na foto abaixo) como a pré-candidata a vice de Gustavo Perissinotto (PSD), Du deixa claro há muito tempo que não vai trabalhar para ajudar a reeleger o atual prefeito (que também já foi seu secretário). Por enquanto, porém, não declara apoio ao pré-candidato a prefeito Antonio Carlos Sarti (PSB), embora tenha comparecido à convenção do grupo e tenha recebido convite público pelo presidente do Solidariedade, Francisco Quintino. Ao responder sobre apoio, também criou um nova “pulga atrás da orelha” dos analistas de plantão ao citar a pré-candidatura de Juninho da Padaria, mesmo que levantando dúvidas sobre a chance do também ex-prefeito ir até o final da disputa.
Torta de climão: o programa deste sábado também teve como convidado Erlon Mastricico Thiele, do Progressistas, “fiel escudeiro” de Gustavo. E o embate foi inevitável. Ao avaliar o atual governo, Du declarou: “Esse governo não tem meu aval. Não concordo com a forma como está sendo administrada a cidade de Rio Claro, R$ 125 milhões emprestados, sem ter uma discussão com a sociedade para onde iria esse dinheiro, ninguém sabe”. Erlon (na foto), logicamente, discordou, e também partiu para o ataque. “Quando o senhor foi eleito, foi um estelionato eleitoral, o senhor falou que iria resolver a questão do Daae e devolver o dinheiro para o povo, não sei quantos milhões em trinta anos, e não foi verdade, o senhor não fez” declarou Erlon em referência ao prometido cancelamento do contrato da Parceria Público Privada-PPP no esgoto.
Recado: ainda sobre o debate na rádio neste sábado, Erlon também explicou ter colocado seu nome à disposição para ser o vice de Gustavo. A ideia seria apresentar uma opção caso o vice não saísse do MDB, o que era uma possibilidade. “ Entendo que meu nome pra vice talvez não agregasse muito, mas também entendo que, nas eleições agora, no caso de segundo mandato, o eleitor vai votar no governo, é o governo mais bem avaliado da história de Rio Claro”. Não foi desta vez, mas já aproveitou para avisar que em 2028 vai ser candidato.
Gastando a sola – Nos últimos dias, novos capítulos da busca por apoio foram destaque na agenda dos pré-candidatos a prefeito. Antonio Carlos Sarti (PSB) protagonizou momento descontraído com o vice-presidente da República e estrela do seu partido, Geraldo Alckmin, com quem divide o gosto por meias.
Já Rogério Guedes (PL) divulgou amplamente o encontro com o governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “padrinho” disputado também pelo pré-candidato Gustavo Perissinotto (PSD). Vale destacar que o governador é do Republicanos, sigla que em Rio Claro está no apoio a Gustavo, mas já estaria de malas prontas para o PL.
De longe: no caso da “batalha” pelo apoio dos caciques da política, não é só na direita que acontece. Embora o PT esteja na coligação de Sarti, o Psol também enfatiza o trabalho realizado em Rio Claro para a eleição do presidente Lula, reivindicando para a representação da esquerda, o que estaria causando algumas “saias justas”. Sarti, por sua vez, embora tenha trabalhado para levar o PT para seu grupo, vem tentando se afastar da esquerda, fazendo questão de declarar sua pré-candidatura como “progressista”.