Carine Corrêa
“A escola precisa ser mais valorizada e apoiada pela administração pública”. A frase é da educadora Maria Bernadete Carvalho, ex professora da escola e atualmente docente no Departamento de Educação da Unesp de Rio Claro.
“Esta escola poderia já ser uma referência na região, mas faltou mais atenção por parte da administração. Ao que parece, os que trabalham nela estão sempre à margem das decisões. Quando são chamados para conversar geralmente é para questionar os resultados em Prova Brasil e Saresp. A escola tem sim dificuldades com os resultados, mas isto não se deve à falta de empenho dos educadores. Atualmente, eu, a professora Dalva e três pós-graduandas estamos desenvolvendo um curso de formação para os professores no sentido de implantar um currículo voltado para a agroecologia. Todos estão muito interessados e participativos e, para alavancar o trabalho, só precisam do apoio e reconhecimento por parte da Secretaria Municipal de Educação”, acrescentou a docente.
Por sua vez, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que trabalha para a continuidade dos trabalhos que são desenvolvidos na unidade. “A Escola Agrícola mostrou ao longo dos anos cumprir papel importante na formação dos alunos. A Secretaria Municipal da Educação reconhece estes valores e trabalha para que, não só a Escola Agrícola, mas toda rede municipal de ensino continue como referência educacional pelo trabalho sério que desenvolve”, declarou a pasta por meio do seu secretário Adriano Moreira.
Recentemente, o deputado estadual Aldo Demarchi informou que articula para Rio Claro a implantação de um curso de Agroecologia. “A nossa ideia é tornarmos a região referência na disseminação de conhecimentos sobre a produção de alimentos isentos de agrotóxicos e adubos químicos. Além de já termos a escola agrícola em Rio Claro, a cidade de Ipeúna conta com o núcleo de pesquisa da Fundação Mokiti Okada, que oferece pós-graduação em Agroecologia. Essa entidade será parceira do Centro Paula Souza e da Prefeitura na implantação do curso técnico de Agroecologia, provavelmente no Horto de Ajapi”.
Os professores se manifestam em defesa da escola no momento em que ela comemora 30 anos de existência afirmando que, “embora muitas coisas tenham mudado ao longo desses anos, o trabalho pedagógico, a preocupação com o desenvolvimento humano e com as questões da terra só se intensificam!”.
Agrofloresta
Segundo informações, atualmente professores da Unesp acompanham a revisão do Projeto Político-Pedagógico e a possibilidade da implantação de uma Agrofloresta na unidade. “Muitas propostas já foram encaminhadas para que ela se autossustente, mas a troca constante de gestão escolar e a recente troca da SME dificultam um olhar mais atento e intenso para a escola”, detalha texto de docentes.