Os efeitos da pandemia da Covid-19 podem ser observados na demografia de Rio Claro. Um recente estudo publicado pelos pesquisadores e cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) local, através do comitê AntiCovid-19, aponta que até o mês de agosto deste ano o município registra um déficit populacional de quase mil pessoas.

Segundo o Prof. Dr. Eduardo Kokubun, a pandemia está quebrando o processo de crescimento populacional que vinha ocorrendo na cidade. “Entre 2017 e 2019, foram registrados nos cartórios locais a média 2.511 nascimentos e 1.599 óbitos, com um saldo de 912 pessoas. No ano passado esse saldo foi de apenas 533 registros e neste ano, até agosto, somente 6 registros. Numa conta rápida, estamos até agosto com déficit de 981 pessoas”, explica.

Os dados do estudo destacam que nos meses de abril e maio o número de óbitos registrados em cartórios do município já havia sido maior do que os registros de nascimento. No bimestre seguinte, entre junho e julho, o mesmo ocorreu. Naqueles meses foram 188 e 191 nascimentos contra 214 e 238 óbitos.

O pesquisador lembra que ainda que nem todas as mortes no período tenham sido motivadas pelo coronavírus, o número total de óbitos em Rio Claro continua maior do que no período antes da pandemia. “Isso pode indicar a piora com os cuidados com a saúde e tratamento de doenças”, afirma Kokubun. Quanto às mortes pela Covid-19, o professor destaca que a quantidade vem diminuindo principalmente após o mês de julho graças à vacinação.

“A prioridade no momento tem sido debelar o efeito devastador do novo coronavírus sobre a saúde e seus impactos econômicos e sociais imediatos. Porém, não podemos esquecer que os estragos ainda poderão permanecer por muito tempo”, finaliza.

No mês passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o mais recente levantamento de estimativa populacional no País. O relatório aponta que em Rio Claro, em 2021, são 209.548 habitantes. Os dados, no entanto, não consideram os efeitos da pandemia da Covid-19 nos municípios.

“Devido à ausência de novos dados de migração, além da necessidade de consolidação dos dados de mortalidade e fecundidade, fundamentais para se compreender a dinâmica demográfica como um todo”, informa o IBGE.

Entenda

Estudo da Unesp aponta que pandemia quebrou a série de crescimento populacional que vinha ocorrendo no município

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