Sidney Navas
As pipas vistas lá em cima são bonitas e podem até parecer uma brincadeira inofensiva, se não fosse por um detalhe, que neste caso faz toda a diferença entre a vida e a morte. Muitos garotos ‘preferem’ usar o popular cerol (que é uma combinação mortal de cola e vidro moído).
No começo do mês, um entregador de pizza de 20 anos morreu em Mogi das Cruzes, ao ser atingido pela chamada Linha Chilena, que é uma mescla de cola, vidro e limalha de ferro, muito mais afiada e perigosa. Aqui em Rio Claro acidentes já foram registrados também.
Em razão das férias escolares, torna-se mais comum encontrar a garotada, principalmente nos bairros mais afastados da cidade, soltando pipas ou papagaios (como são chamadas em outras partes do país) usando linha cortante.
Para o comandante da Guarda Civil Municipal, Wlademir Walter, no ano passado, a corporação realizou mais de cinco apreensões de grandes quantidades desse tipo de material. “O problema é que os jovens saem correndo quando avistam a viatura chegando. Alguns levam embora o que conseguem. Outros abandonam tudo e fogem”, ressalta.
Ainda segundo ele, durante 2014 várias escolas foram visitadas pelos agentes, que ministraram palestras a respeito do assunto, mas esse trabalho de conscientização deve começar dentro de casa.
“Os pais são os responsáveis por seus filhos e têm a obrigação de alertá-los sobre os perigos dessa prática. É uma questão de consciência e educação”, enfatiza. Anualmente a GCM distribuí antenas anti-cerol gratuitamente aos ciclistas e motociclistas.
LEI
A Lei número 10.017/98, de autoria do deputado estadual Aldo Demarchi, proíbe a comercialização do cerol em todo o Estado de SP. Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, a intenção da legislador é acabar com a comercialização do produto, prevendo punições aos infratores.
Quando o comerciante é surpreendido vendendo cerol, acaba advertido. Caso resolva insistir no erro e for pego mais uma vez, terá então seu estabelecimento fechado de forma definitiva. Claro que a iniciativa é válida, mas é bom destacar que a lei por si só não resolve muita coisa, já que a linha cortante pode ser feita de maneira artesanal por qualquer um e em qualquer lugar, até mesmo no quintal de uma residência ou no meio da rua.