Carine Corrêa
“A esperança move o mundo”. Esta colocação foi feita pela jornalista Paula Rodrigues, irmã de Claudia Rodrigues que, após anos de luta contra o câncer, faleceu nesse sábado (8).
Paula disse a frase tendo em vista a campanha que foi realizada para arrecadar fundos para o tratamento da irmã. A campanha virtual foi criada para conseguir atingir a meta dos cerca de US$ 500 mil necessários para custear o tratamento. Nessa segunda-feira (10), o site contabilizava US$ 6.422 em doações.
“Como o prazo estipulado pelo site era de 60 dias, a campanha ainda está no ar. As doações também foram feitas via depósito bancário, e amigos e familiares mobilizaram outras ações para levantar fundos. Muitas pessoas tiveram iniciativas paralelas. Os amigos do laboratório da Claudia, por exemplo, fizeram uma festa junina. A família promoveu bingos com prendas. Outros venderam bolos e também houve rifa de cesta”, listou.
Com o falecimento de Claudia, a maior parte das iniciativas foi suspensa. A família está em luto, mas estuda algumas possibilidades para o encaminhamento das doações. “Existem algumas possibilidades, como doar o dinheiro que foi levantado para instituições que trabalham no tratamento de câncer, organizações não governamentais (ONGs) que apoiem essa causa ou até mesmo para algum dos hospitais por que ela tenha passado”, detalha Paula. O destino exato das doações, segundo ela, será decidido em conjunto com familiares.
Solidariedade
Ainda de acordo com a jornalista, a quantidade de pessoas que se prontificaram a ajudar Claudia proporcionou uma dimensão de quanto a pesquisadora era especial.
“Sou suspeita para dizer isso, mas ela era uma pessoa muito querida e especial. Essa corrente que se formou acredito que é composta por pessoas que acreditavam em sua luta pela vida, pelo amor que tinha por ela. Claudia foi um exemplo de amor pela vida”, finaliza.
Trajetória
Há sete anos Claudia Rodrigues lutava contra o câncer (Sarcoma de Ewing). Ela passou por diversas cirurgias e procedimentos e precisava fazer um tratamento que só existe nos Estados Unidos para o seu tipo de sarcoma, feito com anticorpos monoclonais. Claudia foi submetida a cinco cirurgias, dois tratamentos de radioterapia e um transplante de medula óssea autólogo. Durante o tratamento, passou por três tromboses, um AVC, colite neutropênica e incontáveis sessões de quimioterapia
Em entrevista concedida ao G1, a pesquisadora havia revelado que, mesmo sob tratamento da doença, almejava concluir o pós-doutorado.
Claudia era doutora em química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e se se preparava para o pós-doutorado nos Estados Unidos.
“Os professores nunca me beneficiaram, sempre cobraram o mesmo e acho que isso é bom, mas entendiam as ausências, os horários. Se eu dissesse ‘nesta semana vou estar em Barretos’, eles entendiam. Às vezes, terminava a quimioterapia na quarta-feira e vinha trabalhar no laboratório na quinta-feira”, disse ao portal.