A instauração de um inquérito civil, agora em segredo de Justiça, para apurar eventual improbidade administrativa por prática de violação a princípios, prejuízo ao erário e enriquecimento ilícito por parte do vereador Julinho Lopes (PP) – conforme noticiado pelo Farol JC ao longo dos últimos dias – e como o próprio parlamentar fez referência na última sessão ordinária traz novos contornos para a pauta.

Nesta segunda-feira (20) deve-se apresentar um parecer da Procuradoria Jurídica da Câmara Municipal para um pedido de abertura de Comissão Processante protocolada contra o vereador pelo advogado Anderson Rocon, o mesmo que protocolou pedido de CP contra o ex-prefeito João Teixeira Junior, o Juninho, em 2020. Na petição, à qual a coluna obteve acesso, ele argumenta através do Regimento Interno do Poder Legislativo a previsão para perda de mandato.

No entanto, há um entendimento de que isso prevaleceria para a legislatura para o qual ocorrer a suposta quebra de decoro. Neste caso específico de Lopes, segundo consta, o vídeo que mostra a prática que em tese pode configurar ‘rachadinha’ seria de anos atrás, de mandatos anteriores. A decisão sobre a interpretação caberá, portanto, aos procuradores da Casa de Leis. Nos bastidores, diante da argumentação da petição, há uma tendência para arquivamento do pedido.

Paralelamente, o próprio vereador Julinho disse anteriormente que pretende definir sua permanência como segundo secretário na Mesa Diretora, cargo que ocupa desde o início deste mandato. Os vereadores Carol, Andreeta, Alessandro, Serginho e Thiago protocolaram ofício ao presidente José Pereira (PSD) solicitando o afastamento. Entre integrantes do Progressistas há uma defesa de que sua saída da Mesa evitaria exposições negativas.

Outro fator que vem se desdobrando é o atrito interno dentro do partido de Lopes. Kleber Ribeiro, primeiro suplente, se manifestou pela internet criticando a situação toda envolvendo o correligionário e, também, os vereadores da Câmara Municipal, a qual classificou como “clube de luxo, onde a harmonia entre os poderes se confunde com corporativismo e o individualismo que afeta sobremaneira aquilo que realmente serve: ser um órgão fiscalizador, do executivo e também do legislativo”.

Ribeiro também cita crítica ao Progressistas. “Se você me perguntar se estivesse vereador e um caso parecido chegasse ao meu conhecimento, pode ter certeza que não deixaria passar em branco. Meu partido sim, me deixa frustrado e a isso se deve pelo distanciamento com que tratou o caso. Em ano eleitoral, nossa Câmara não poderia colocar mais uma frustração nas costas do eleitor, que não está nem um pouco contente com a classe política”, disse o suplente, convocando para protesto na sessão de segunda-feira (20).

O Progressistas Rio Claro informou ao Farol JC que tem conhecimento das investigações em andamento e reconhece a importância da apuração dos fatos sem que ocorram pré-julgamentos. “Também reconhece a folha de serviços prestados pelo vereador nestes mais de 13 anos de trabalho na Câmara de Rio Claro, que possibilitou investimentos vultosos na área de saneamento básico, obras estruturais, avanços na regularização fundiária e na Educação, como a sua mais recente conquista que vai garantir a instalação de uma unidade do Instituto Federal para o município. Que as investigações possam esclarecer a situação por meio dos fatos e não pelas manifestações individualizadas nas redes sociais”, finaliza.

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