O prefeito Du Altimari; o presidente da Câmara, vereador João Zaine; e Paulo Skaf, presidente da Fiesp/Ciesp e do Sebrae-SP

Ednéia Silva

A possível recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) tomou conta da pauta da reunião realizada entre os empresários de Rio Claro e região com o presidente da Fiesp, do Ciesp e do Sebrae-SP, Paulo Skaf. Contrários à criação de novos impostos, os empresários prometem promover uma paralisação em outubro e sair às ruas em protesto contra a medida.

O anúncio foi feito por Paulo Skaf durante sua visita a Rio Claro. “Nós vamos fazer um movimento muito forte no Congresso Nacional para derrubar o projeto e não permitir que seja aprovado. Se for necessário, vamos fazer movimento de rua se não houver uma mudança de comportamento da política econômica no sentido de menos juros, mais crédito e de menos impostos”, disse.

O prefeito Du Altimari; o presidente da Câmara, vereador João Zaine; e Paulo Skaf, presidente da Fiesp/Ciesp e do Sebrae-SP
O prefeito Du Altimari; o presidente da Câmara, vereador João Zaine; e Paulo Skaf, presidente da Fiesp/Ciesp e do Sebrae-SP

Skaf defendeu ainda que o governo precisa dar atenção especial para a criação e a manutenção de empregos. “Se continuar essa falta de atenção com o emprego, nós vamos também organizar uma paralisação no final de outubro”, afirmou.

Para que isso não ocorra é preciso que haja uma mudança de posição do governo. Segundo Skaf, o governo tem que parar de falar em aumento de impostos e começar a falar em redução de juros. “É importante não se inventarem novos impostos, nem CPMF, nem imposto nenhum, porque a sociedade está cansada de pagar impostos”, destacou.

Skaf observou ainda que não adianta não se confirmar a CPMF, nem inventar outros impostos. “A sociedade não quer pagar mais nada. Acho que já se paga muito. O que as pessoas querem é melhor qualidade nos serviços públicos”, declarou.

O diretor do Ciesp de Rio Claro, Assed Bittar, também se posicionou contra a recriação da CPMF que, segundo ele, é “o imposto mais perverso que existe”. Ele disse não compreender como os políticos pensem em criar mais um imposto que vai atingir toda a população. “É o fim do mundo, eu não sei o que está passando pela cabeça desse povo. Em vez de cortarem gastos, diminuir os cargos comissionados e de ministérios, pensam em aumentar a carga tributária. O país não aguenta mais”, desabafou Bittar.

Para ele, a situação é fruto das decisões erradas tomadas pelo governo que não assumiu seus erros na campanha eleitoral. “Eles venderam uma coisa e estão entregando outra totalmente diferente. Se tivessem tomado as medidas necessárias logo que assumiram o governo, o Brasil não estaria passando pelo que está passando hoje”, avalia.

O diretor finaliza dizendo que as 42 regionais do Ciesp vão lutar e usar os meios de comunicação para mostrar como esse imposto é perverso. “Não podemos permitir mais um negócio desse. Nós temos que enfrentar com coragem e com determinação”, conclui.

A recriação da CPMF ou imposto similar foi confirmada na noite de quinta-feira (27) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro. O novo imposto recebeu o nome provisório de CIS (Contribuição Interfederativa da Saúde). O ministro defendeu que a nova taxa tenha alíquota de 0,38%, a mesma da CPMF extinta em 2007.

A previsão de receita é de R$ 80 bilhões por ano, valor que seria dividido entre União, estados e municípios. Segundo Chioro, o dinheiro seria utilizado exclusivamente para financiar a saúde. A proposta de como será a divisão dos recursos ainda não foi exposta pelo governo.

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