Os trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na cidade de São Paulo anunciaram que farão uma paralisação na próxima segunda-feira, 1º, contra as mudanças no serviço anunciadas em janeiro pela Prefeitura. A decisão foi tomada pela categoria em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira, 29.
Segundo os sindicatos de médicos (Simesp) e dos servidores municipais da saúde (Sindsep), a principal mudança (realocação das bases do Samu) vai aumentar o tempo de espera por uma ambulância na cidade e piorar as condições de trabalho para os trabalhadores.
De acordo com os trabalhadores, a Prefeitura vai fechar as 31 bases exclusivas do Samu e transferi-las para pontos onde há outras unidades de saúde, como AMAs ou hospitais. Segundo os sindicatos, os novos locais não têm estrutura adequada para reabastecimento e limpeza da ambulância nem para o descanso dos profissionais.
Também afirmam que, com a realocação das bases, alguns bairros ficarão descobertos e a chegada de ambulâncias a esses locais será mais demorada.
A paralisação da próxima segunda será parcial. Pelo menos 30% do efetivo continuará trabalhando para atender os casos mais urgentes, de acordo com a categoria. Ela será iniciada às 12 horas e, às 14 horas, a categoria vai se reunir para decidir os próximos passos do movimento.
Questionada sobre as críticas dos servidores, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que as mudanças no Samu só trarão melhorias para a população. “A descentralização vai ampliar o número de bases das atuais 58 para 78. Com mais bases, aumenta a capilaridade do serviço. Mais capilaridade aproxima as ambulâncias e equipes de socorro dos locais de ocorrência, diminuindo o tempo de resposta aos chamados”, disse a pasta, em nota.
O órgão também afirmou que a escolha da localização das novas bases foi feita de acordo com a quantidade de chamados. “Os novos endereços, integrados à rede de saúde, levaram em consideração os locais com maior concentração de ocorrências. Portanto, a ampliação dos pontos de apoio aumenta a cobertura do território, e não o contrário. Bases isoladas estratégicas, como as das marginais, serão mantidas, integradas a serviços da Companhia de Engenharia de Tráfego.”