Sidney Navas
O furto da estátua ‘Diana’ e os danos causados à imagem do ‘Índio’ no Jardim Público no domingo, dia 10, revelam a total ignorância, segundo a superintendente do Arquivo Histórico de Rio Claro, Maria Teresa de Arruda Campos, que vai além em suas sábias observações. Ela lembra também que esse desconhecimento e desprezo pela história, memória e cultura da cidade jogam ‘luz em noções extremamente importantes, como cidadania, responsabilidade, vigilância e conservação do bem público, tanto pela sociedade civil como pela administração pública’.
Em seu entendimento, a cidade não faz questão de preservar seu passado. “Essa cultura de preservação não faz parte da cultura local. Embora existam muitos movimentos, pessoas e instituições preocupados, ainda não temos esses cuidados necessários. Recentemente tivemos vários prédios históricos demolidos, isso também é muito triste. Não é privilégio de Rio Claro essa ausência de preocupação com os prédios e monumentos históricos”, observa.
Para ela, somente a educação é a ferramenta mais eficaz para que ocorrências como essas não voltem a ocorrer. “Acredito que a solução está na educação, em especial das crianças aos mais velhos. A história da cidade começa nas pessoas, nas famílias, nas relações de vizinhança… conhecer o bairro onde moram, conhecer a cidade. Educar a população sobre a história e a memória de sua cidade é o caminho para a preservação e melhoramento da forma de nos relacionarmos com a cidade e a cidade se relacionar com a sociedade”. Maria Teresa Arruda pontua que, ao procurar conhecer os monumentos das cidades, é o mesmo que exercer o papel de cidadão ativo e participante. “Eles marcam pessoas e fatos que foram importantes. Conhecimento nunca é demais e quem conhece cuida”, completa. A última informação fornecida pelos setores policiais é de um suspeito identificado em participação no crime. A Polícia Civil analisada imagens das câmeras de segurança das agências bancárias que circundam a praça, para que possam contribuir para as investigações.