A China esperava a notícia havia três meses – e ela veio ontem. Pela primeira vez, o país não registrou nenhuma morte pela covid-19 desde o começo da pandemia, que apareceu no fim do ano passado, se espalhou e já matou pelo menos 75 mil pessoas em todo o mundo.
Nas últimas semanas, o número oficial de mortos pelo coronavírus já vinha abaixo de dez por dia, mas jamais tinha sido zerado desde 21 de janeiro, quando começaram os registros da Organização Mundial de Saúde (OMS). O primeiro óbito pelo vírus na China foi notificado em 11 de janeiro. Desde então, quase 82 mil pessoas foram infectadas no país – 3,3 mil morreram.
O declínio nos casos de contaminação e mortes na China, nas últimas semanas, é acompanhado por dúvidas sobre a confiabilidade dos números oficiais. Algumas famílias relataram à imprensa que quem morreu em casa ou não foi testado no início do surto, quando os hospitais estavam sobrecarregados, não entrou na contabilidade.
Além disso, enquanto novos casos de contaminação de origem local caíram a zero, a China continua enfrentando uma onda de infecções importadas. O Ministério da Saúde anunciou mil casos importados, com 32 novos registros somente ontem. As ações para conter a disseminação do vírus começaram no final de janeiro, com o confinamento drástico de mais de 50 milhões de pessoas em Wuhan, origem da epidemia, e no restante da Província de Hubei. Os moradores ficaram em casa por mais de dois meses.
Desde a meia-noite de ontem (13 horas de ontem, em Brasília), as pessoas saudáveis poderiam deixar a capital da província. “Muitos pensam que, a partir de 8 de abril, poderão relaxar, mas precisaremos de mais vigilância”, afirmou o jornal de Hubei, citando um funcionário de alto escalão de Wuhan. “Não haverá relaxamento.” (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)