Hábito de comprar nas feiras era no início por falta de opção em supermercados, atualmente ocorre por uma vida saudável

Wagner Gonçalves

Se anteriormente era comum observar donas de casa caminhando com os carrinhos cheios de frutas e legumes pelas feiras, atualmente é mais comum encontrá-las com sacolas de supermercado. Estaria a feira se acabando aos poucos? Não é o que se vê nas ruas, pois em algumas feiras distribuídas pelo município existem os que ainda mantêm o costume, seja durante a semana ou mesmo aos seus finais, e defendem tal hábito.

Hábito de comprar nas feiras era no início por falta de opção em supermercados, atualmente ocorre por uma vida saudável
Hábito de comprar nas feiras era no início por falta de opção em supermercados, atualmente ocorre por uma vida saudável

Iniciar o sábado com um pastel de carne, regado com vinagrete, acompanhado de um refrigerante. Assim talvez seja uma descrição comum dos que frequentam as feiras livres nos bairros aos fins de semana, seguindo uma tradição que se segue há muitos anos. Tatiê Fernanda Garguilo Depiculo, moradora do Jardim Claret, diz que sempre que vai à feira na Avenida 13, entre as ruas 9 e 10, em frente à Igreja São Benedito, busca pelo pastel, dizendo alimentar uma tradição de anos.

No entanto, a barraca do pastel é uma dentre as diversas opções que os munícipes podem encontrar. A escolha por legumes e verduras mais saudáveis é o fator motivador para que donas de casa, casais e famílias frequentem as feiras. Como é o caso de Tânia Sartori, que todos os sábados, logo pela manhã, sai de casa em busca de opções naturais para compor a mesa de refeições de sua família.

“Para mim, as feiras são ótimas, pois existem verduras plantadas pelos produtores e, em muitos casos, não utilizam agrotóxico para o cultivo”, disse Tânia, ressaltando que deveria haver mais dias de feiras no município. Ela comenta que “tudo o que tem no supermercado, tem aqui, mas de maneira mais saudável”.

José Toniol – mais conhecido como Jales, que trabalha há cerca de 20 anos com a barraca que oferece opções em hortifruti e mantém o Varejão do Jales em Rio Claro – comenta que no início plantava, aos poucos o negócio foi crescendo e, atualmente, somente comercializa os produtos. Para Jales, a relação entre ele e os consumidores já não é apenas de vendas, mas já se transformou em um laço entre famílias. “Já conheço todo o pessoal e eles sentiram minha falta quando me acidentei, o que mostra o carinho que temos uns pelos outros”, destacou o feirante.

NOVOS NA FEIRA

Mas há os mais novos de casa, que iniciaram há pouco tempo, como o dono da tenda que vende tiras de carnes suínas fritas, os torresmos. Rodrigo Sperli está há pouco mais de dois meses atuando e começou motivado pelo atual cenário do mercado nacional. Após 14 anos como açougueiro, ele comenta que as vendas vêm surtindo bons resultados: “comecei vendendo a uns amigos, mas foi pela feira que consegui driblar os efeitos da crise financeira e pretendo continuar”.

Assim como Sperli, dois consumidores são novos no hábito de ir à feira. O casal Maira Gandolfo e Lucas Segalla comenta ser a primeira vez que foram ao ponto na igreja São Benedito. “O que mais chama atenção são as frutas e produtos frescos”, disse Segalla. Maira completa dizendo que os preços são tão atrativos quanto à qualidade do que é oferecido.

FEIRAS NA CIDADE

Além da feira que funciona aos sábados, há outras feiras que estão localizadas no Bairro do Cervezão e, mais recentemente, na Feira do Corujão no Jardim Novo I, que desde setembro está atraindo consumidores nas noites de quarta-feira, entre 17 e 20 horas.

Conforme informou a prefeitura, por meio do portal eletrônico, o grande atrativo da feira é a possibilidade que o consumidor tem de adquirir produtos diretamente do produtor, valorizando a agricultura familiar de Rio Claro e região, e fortalecendo o setor.

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