Adriel Arvolea

Fernando Santos acredita que “a educação não pode ser uma experiência fria, educação é amor, é cuidar, é ouvir e falar”
Fernando Santos acredita que “a educação não pode ser uma experiência fria, educação é amor, é cuidar, é ouvir e falar”

 

O concurso da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, realizado no dia 30 de novembro de 2014, registrou 3.633 homens entre os 77 mil inscritos. Voltado para interessados em atuar entre o 1º e o 5º ano do Ensino Fundamental, o certame deve ampliar a presença masculina no ensino infantil da rede paulista. Atualmente, os homens são minoria nas salas de aula. Levantamento da secretaria mostra, no entanto, que é crescente a proporção de educadores do sexo masculino. Os dados indicam que entre 2008 e 2013, a proporção deles em todas as escolas estaduais passou de 22,4% para 26,2%.

Fernando Ferreira dos Santos, 26 anos, é professor no ensino fundamental I e educação infantil, concursado na cidade de Ferraz de Vasconcelos. Ingressou no curso de Pedagogia a partir do Programa Bolsa Alfabetização, criado no ano de 2007 e oferecido pelo Estado de São Paulo. Com ele, estudantes de instituições de ensino superior do curso de Pedagogia auxiliam professores em suas práticas pedagógicas em sala de aula do primeiro ano de escolas estaduais.

Como sua formação pedagógica abrange áreas de ensino, que partem desde a educação infantil até a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o estágio supervisionado foi fundamental para que pudesse decidir em qual área ingressar e, com isso, logo se identificou com os pequenos. “Lembro-me quando presenciei durante o estágio o primeiro educando que aprendeu a ler. Para ele, aquilo ocorreu como num passe de mágica em que o oculto se torna visível e, a partir disso e de outros fatos posteriores, tive a certeza de que meu lugar era como educador dos anos iniciais”, comenta o profissional.

No processo em que ocorre a apropriação da leitura e da escrita e o fato de se sentir útil em poder ajudar ao próximo, de forma significativa e efetiva, são os fatores predominantes que servem como motivação para que o educador siga em frente, apesar dos desafios. “Existem diversos desafios que dificultam o trabalho de um educador. Vivemos numa sociedade em que valores como a ética e a moral estão se perdendo cada vez mais.Em meio a tantos pontos negativos, o principal ponto positivo são os discentes. Eles são a recompensa de todo o trabalho, todos os obstáculos e desafios superados dia após dia”, reforça.

Retorno

Santos avalia que cada criança que aprende a ler e escrever com autonomia, juntar 1 + 1 de forma significativa, que consegue construir seu conhecimento atrás do trabalho lúdico, que aprende a respeitar as diferenças e que compreende seu papel de cidadão, essas sim são algumas das recompensas. “A educação não pode ser uma experiência fria, educação é amor, é cuidar, é ouvir e falar, é se colocar, principalmente, no lugar do outro. Educação ainda é a melhor maneira para a transformação”, conclui o pedagogo.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.