O neto Ícaro com a esposa Cinthia e dona Anézia Braga, num momento em família

Pessoas acima de 60 anos se enquadram no grupo de risco da Covid-19, mesmo que não tenham nenhum problema de saúde associado. Além disso, pessoas de qualquer idade que tenham comorbidades, como cardiopatia, diabetes, pneumopatia, entre outras, também precisam redobrar os cuidados nas medidas de prevenção ao coronavírus.

No Estado de São Paulo, segundo balanço divulgado nessa quinta-feira (23), entre as vítimas fatais estão 789 homens e 556 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 76,5% das mortes. Em Rio Claro, dos seis óbitos registrados até o momento, cinco são de idosos.

Apesar das estatísticas, um caso recente contrapõe todos os diagnósticos na luta contra a doença e, principalmente, com final feliz. A idosa Anézia Braga de Oliveira, de 89 anos, que morou em Rio Claro por cinco décadas e atualmente vive em São Paulo, foi confirmada com Covid-19 no dia 17 de março.

Foram 33 dias de internação, sendo 29 somente na unidade de terapia intensiva (UTI). No último dia 18 de abril, dona Anézia recebeu alta do Hospital São Luiz, na capital paulista, e saiu andando da unidade. De acordo com a filha Ana Silvia Braga de Oliveira, a recuperação da idosa surpreendeu a todos.

“A equipe médica ficou surpresa com a evolução positiva da minha mãe no enfrentamento da doença. Eles foram heróis todo esse tempo, aos quais somos eternamente gratos”, comenta Ana Silvia.

Apesar de recuperada, não foram dias fáceis. Dona Anézia sentiu quadro intenso de falta de ar, febre e mal-estar durante o tratamento, que foi à base de antibióticos. “Não pudemos ter contato com ela durante o tempo de internação. Depois, ela nos relatou que foram dias muito ruins. Nem ela sabe como saiu dessa”, explica a filha.

A família acredita que a idosa tenha contraído a doença durante o jantar comemorativo do seu aniversário, no dia 7 de março, uma vez que a nora de dona Anézia, também, positivou para a Covid-19. Até então, ninguém teve contato com pessoas doentes ou histórico de viagem, tendo sido uma transmissão comunitária.

Com dois casos positivos próximos, fica o aprendizado e o alerta para outras pessoas no enfrentamento da doença. “No início, foi proposto o isolamento social e percebeu-se a relutância popular para a medida. Com registros na minha família, tentava convencer os demais sobre a importância das medidas de prevenção. Todos precisam se propor a cooperar, a fim de evitar contaminações e sobrecarga do sistema de saúde”, conclui Ana.

Live

O caso de Anezia também foi destaque em live realizada pelo JC. Confira o vídeo completo abaixo:

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