MEDO: principal espaço público da cidade, datado do século XIX, é ocupado por andarilhos e prostitutas

Antonio Archangelo

Até que ponto o direito de ir e vir pode prevalecer quando a sensação de segurança se esvazia? Esta é a realidade do Jardim Público de Rio Claro, formado pela união das praças XV de Novembro e Sargento Otoniel Marques Teixeira (um dos combatentes do Exército, que morreu durante a Revolução de 32 e que anteriormente dava nome à metade da Avenida 1 para a Avenida 3).

O principal espaço público da cidade, datado da metade do século XIX, teve seu ajardinamento iniciado por Siqueira Campos em 1886, militar e político partícipe do movimento tenentista e da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em julho de 1922.

Em 1990, o Jardim Público ganhou prolongamento da praça. Entre as intervenções no local, a mureta que fechava o jardim e as entradas em pórticos de ferro trabalhado (atualmente portal da Santa Casa), a gruta do leão, bem como os antigos bancos foram retirados. Monumentos e obras de arte: a do Índio – destruída por ação de vândalos, a de Diana Caçadora – furtada na última semana, e a do Anjo da Concórdia foram acrescentados, o coreto Fábio Marasca foi substituído.

MEDO: principal espaço público da cidade, datado do século XIX, é ocupado por andarilhos e prostitutas
MEDO: principal espaço público da cidade, datado do século XIX, é ocupado por andarilhos e prostitutas

Atualmente, o espaço convive com a presença de andarilhos e itinerantes, além da prostituição. De acordo com a secretária de Ação Social, Lucy Helena Wendel Ferreira, na realidade, as pessoas querem uma cidade limpa, certinha. Mas essas pessoas têm o direito de conviver.

“Todo dia o pessoal reclama das pessoas na Estação, no Jardim Público, na Marquise. É desagradável mesmo. Sempre estamos conversando com a redução de danos, que vai até o local, faz a entrevista. É terrível você ver a situação, mas temos que trabalhar muito para que as pessoas vivam com mais qualidade. A política de assistência social sozinha não dá conta, precisamos da Saúde. Precisamos dos consultórios de rua, para que estas pessoas retornem para suas famílias. Cabe lembrar que os vereadores criaram Frente Parlamentar em Defesa da População de Rua de Rio Claro. Uma vez por mês nos reunimos para discutir junto com o Executivo, Legislativo e demais entidades, como a UNESP, por meio do professor Silvio, especialista na questão”, lembra.

OBS.: Durante a reportagem, um grupo de andarilhos – incluindo o suposto filho de um promotor de Justiça – abordou a reportagem, chegando a fazer ameaças, impedindo a realização de fotos, e, sob ameaças, quiseram roubar o material fotográfico utilizado. Fazendo menção de estar armado, um dos indivíduos fez ameças, mas não obtiveram êxito.

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