JC Magazine e leitores: 20 anos de boas histórias!

Ao completar duas décadas de trajetória, a revista consolidada como veículo de boas notícias convida seus leitores a narrar tudo o que viveram neste período. E quantas coisas emocionantes aconteceram ao longo deste tempo!

Carla Hummel | Fotos: Arquivo pessoal/Alexandre Batista (Dudu)

Nesta edição, a JC Magazine festeja seus vinte anos de boas notícias sobre Rio Claro e região. A revista, que se consolidou como uma referência no mercado das publicações, cresceu juntamente com seus leitores, numa parceria que já rendeu e ainda deve gerar muitas histórias emocionantes. “A JC Magazine foi um passo de inovação e ousadia na época. Buscamos criar um veículo para enaltecer os bons valores de toda a nossa região, abordando fatos e pessoas que contribuem para o desenvolvimento. Gente que, com seu talento, trabalho e dedicação, transforma o mundo para melhor”, conta a diretora do Grupo JC de Comunicação, Aline Magalhães Ceron. Para comemorar, nada melhor que contar com a participação dos leitores, para os quais todas as edições são preparadas semestralmente com muito carinho por toda a equipe. Confira a seguir alguns dos relatos dos que atenderam ao chamado para contar o que de mais importante aconteceu em suas vidas nas últimas duas décadas. E certamente muitas histórias emocionantes ainda virão. Vida longa à parceria da revista com seus leitores!

Sonhos realizados

Em duas décadas, a servidora Cris Laureano Patarello mudou sua realidade e hoje ajuda outras mulheres a buscar qualidade de vida

O jovem casal Cris e Emerson na Alemanha: projetos concretizados com muito trabalho

Intensos. É dessa forma que os últimos vinte anos transcorreram na vida da servidora municipal Maria Cristina Laureano Patarello. Em duas décadas, Cris viveu a experiência de morar e trabalhar fora do Brasil, conquistou a estabilidade no serviço público e hoje está às voltas com seu próprio negócio, no qual concilia o empreendedorismo com a busca por qualidade de vida e evolução espiritual. Mas nada que se compare ao maior sonho realizado neste período, que é ser mãe. Em todas as frentes, foi preciso muito esforço para chegar onde almejava.

No final da década de 1990, Cris e o marido, Emerson Patarello, eram um jovem casal alimentando o sonho de ter a casa própria. Na realidade da época, porém, os dois sabiam que seria muito difícil chegar a esse objetivo com os recursos que conseguiam através do trabalho em Rio Claro. Foi quando veio o convite da irmã de Emerson para que os jovens fossem trabalhar na gelateria que ela havia adquirido na Alemanha. “Era tudo muito novo para nós, mas havia a chance de juntar o dinheiro que a gente precisava para ter a tão sonhada casa. Decidimos arriscar, e começou aí um período de muito trabalho e aprendizado”, relembra Cris. Os dois viveram nas cidades de Schneverdingen, de 1998 a 2000, e em Neuenkirchen, de 2001 a 2003.

De volta ao Brasil, o casal conseguiu o lar dos sonhos com as economias acumuladas na experiência alemã. No entanto, foi preciso voltar ao mercado de trabalho em Rio Claro, onde as funções nas quais Emerson e Cris conseguiram se empregar ofereciam salários bem reduzidos. As dificuldades financeiras, porém, eram uma questão muito pequena diante da nova batalha que o casal começava a enfrentar, que era o sonho de aumentar a família. Alertada pelos médicos de que as chances de engravidar eram mínimas, Cris começou a percorrer o caminho da busca pela espiritualidade, e acabou surpreendida pela confirmação da gravidez. Em 2004, nascia Mell, concretizando o maior sonho da vida da servidora municipal.

Cris e o pai, José Carlos Laureano, festejando o “milagre” da gravidez

A chegada da filha renovou os ânimos do casal na luta por uma condição financeira melhor. Junto com Mell, Cris e Emerson embarcaram de volta para a Alemanha, novamente para trabalhar nas gelaterias da família, desta vez em Luneburg, onde permaneceram de 2007 a 2009. O objetivo inicial era ficar mais tempo, mas o pai de Cris teve um grave problema de saúde, e a filha decidiu voltar ao Brasil para ajudar nos cuidados. “Foi um período muito importante, de parar com o ritmo frenético de trabalho para cuidar do meu pai e da minha filha”, relembra Cris. Em 2011, após o falecimento do pai, decidiu que era a hora de buscar mais segurança na vida profissional. Ingressou no serviço municipal através do projeto de capacitação, passou por várias funções, até se tornar servidora concursada. Mas havia também uma outra busca, paralela, por mais qualidade de vida, pelo desenvolvimento da espiritualidade, por colaborar com um mundo melhor.

Cris e Mell: mãe e filha unidas na busca por bem-estar

Devido a um problema de saúde enfrentado pela filha Mell, Cris conheceu os óleos essenciais e outras terapias alternativas e se encantou. Durante o período de isolamento da pandemia da Covid-19, aprofundou os estudos até chegar ao Sagrado Feminino. Companheira de jornada pelo equilíbrio, Mell também se encontrou nessa caminhada. Foi quando surgiu a Beja Aromas, negócio voltado à difusão das terapias, com produtos terapêuticos e artesanais destinados a promover o bem-estar. São óleos, essências, incensos e uma série de outros itens para auxiliar quem está em busca de equilíbrio e sintonia com a natureza. Mas o trabalho vai além, com iniciativas para promover o bem-estar e o empoderamento feminino. Atualmente, Mell cursa Design de Interiores e pretende aplicar os ensinamentos também nos futuros trabalhos. “Temos o Feng Shui e várias outras diretrizes que hoje norteiam os cuidados com o lar. Não é só a busca pelo belo, é preciso ter harmonia para viver bem”, explica a estudante. De mãe para filha, mais uma mulher forte que busca não somente o próprio desenvolvimento, como também auxiliar outras mulheres nesta empreitada. 

Cidadão do mundo

Nelson Fernando da Silva falou sobre seus sonhos na JC Magazine de 2006; hoje festeja estar onde sempre planejou

Ao longo dos vinte anos de trajetória, a JC Magazine registrou em suas páginas muitos casos de jovens promissores e seus planos para conquistar um futuro melhor. É o caso de Nelson Fernando da Silva, o rio-clarense entrevistado na quinta edição da revista, em 2006. Na época, o jovem trabalhava como entregador na Inglaterra, para onde havia se mudado em 2002, e falou sobre a saudade do Brasil. Passados vinte anos, Nelsinho hoje vive a grata sensação de estar onde sempre sonhou. Empreendedor, hoje o professor desenvolve um trabalho diferenciado como um dos sócios-proprietários da Byd School (Construindo Sonhos). Além do ensino do idioma, viaja o mundo levando os alunos a experiências enriquecedoras e diferenciadas.

Na primeira entrevista para a revista, em 2006, nem “tudo eram flores”. Trabalhando pesado e com saudades de casa, Nelson, porém, nunca permitiu que os obstáculos impedissem seus planos de desenvolvimento. “Em Londres, quando eu cheguei, não falava inglês e, como o dinheiro era pouco, eu tinha que começar a trabalhar rápido. E aceitei o primeiro trabalho, que era o de ser entregador usando a bicicleta. Foi o que eu fiz durante os quase onze anos de Inglaterra. Trabalhei nos bairros de Chelsea e Notting Hill. Com o passar do tempo, comecei a amadurecer a ideia de voltar. Em 2012, saí de Londres e, depois de uma viagem longa pelo Oriente Médio e Ásia, voltei para o Brasil. E tudo foi acontecendo por acaso, porque acho que tinha que acontecer”. Acreditando que poderia entrar para uma companhia aérea, Nelsinho lembra que estudou muito tanto o inglês, quanto os aviões. Mas o destino havia reservado uma outra função: “Comecei dando aulas em casa e uma amiga me convidou para lecionar junto com ela e o marido. Dois anos depois eles retornaram para os EUA, então eu assumi a escola”.

Filho de Maria Helena Amâncio, coordenadora de escola municipal, e de Nelson José Silva, vigilante patrimonial, Nelsinho foi aluno da escola pública e sonhava em conhecer o mundo desde a infância, quando fazia viagens de trem para São Paulo junto com o pai.

Jovem sonhador: entrevista de Nelsinho na edição número cinco da revista

Mas sabia que era um sonho difícil para sua realidade. A persistência fez com que atravessasse barreiras. E hoje comemora o fato de poder viver em Rio Claro, um antigo desejo, mas seguir como cidadão do mundo, com várias viagens juntamente com as turmas de alunos ao longo do ano. “Já estivemos na África, Ásia, Oriente Médio e Europa. Em termos de países, em dezembro estivemos nos Emirados Árabes, Malásia, Vietnã e Tailândia. Agora em julho o roteiro tem Inglaterra, Polônia e Alemanha na programação. E para dezembro acabamos de formar o grupo para China e Camboja. Tenho como objetivo proporcionar para os alunos a experiência de ter viagens culturais e, claro, oportunidade imensa de aprimorar o inglês”.

O professor (ao centro, de preto) com o grupo de alunos em Bangcoc, na Tailândia

Mas o trabalho desenvolvido por Nelsinho vai muito além. A experiência acumulada ao longo de uma vida de muito trabalho e dedicação também é disponibilizada para os alunos. Assim como o ensinamento de nunca perder a capacidade de sonhar, a esperança num futuro melhor. “Com o passar dos anos, as experiências vão nos moldando e aprendemos a ser mais pacientes e aceitar muitas vezes as coisas como são, não como queríamos que fossem. E uma grande parte das mudanças devo à experiência de ter contato com alunos das mais variadas áreas e formação. Aprendo muito com eles todos os dias, na verdade as aulas são sempre uma troca de conhecimento e aprendizado. Todos sempre têm algo a nos ensinar. Hoje me sinto muito feliz, porque amo o meu trabalho e vivo a vida que sempre sonhei. Hoje as paisagens e as histórias não são mais sobre o caminho de trem até São Paulo, onde eu ouvia meu pai. Hoje são sobre países e da janela do avião. E tento ao máximo mostrar para os alunos que o impossível muitas vezes está só na nossa cabeça. Para sempre irmos um pouco mais além”.

Passeando no Delta do rio Mekong, no Vietnã

Tempo de aproveitar a vida

Gilberto Picelli Sobrinho descobriu a alegria de desfrutar do merecido descanso como aposentado

Em suas páginas, a JC Magazine sempre dedica espaço às conquistas e evoluções da chamada Melhor Idade. Ao trazer relatos de homens e mulheres que durante décadas trabalharam e agora se deparam com a oportunidade de retomar antigas paixões devido ao tempo livre, do hobby ao trabalho voluntário, passando por viagens e novos aprendizados, a publicação busca demonstrar que a aposentadoria pode ser uma etapa de novas alegrias, de retomada de antigos projetos, enfim, de redescobrir o prazer de viver. É o que acontece hoje com Gilberto Picelli Sobrinho. 

Aos 75 anos, o servidor municipal aposentado busca ter uma existência cercada de novas atividades e conhecimento.  “Trabalhei muito durante minha vida toda, desde muito cedo, comecei como entregador de jornais, depois na prefeitura durante décadas como motorista”. Há vinte anos, veio a aposentadoria, quando decidiu que transformaria essa fase num momento ativo, que nada lembra a ideia de ficar parado.  “Infelizmente hoje não tenho mais minha amada esposa Elena, que faleceu em 2021, mas consegui superar a tristeza da perda e sigo com o projeto de aproveitar a vida”, destaca.

Gilberto junto às demais integrantes do Idade Prateada: novas perspectivas e experiências

Uma das atividades que Gilberto mais aprecia atualmente é a participação no projeto Idade Prateada, que acontece nas tardes de quartas-feiras no Grupo Ginástico. “Aqui eu aprendo sobre a importância da atividade física, de exercitar também a mente, de adquirir conhecimento sobre saúde, sobre o mundo atual, enfim, de não ficar à margem do que está acontecendo”. Além das palestras e atividades, o grupo também faz passeios e constrói laços de amizade. E seus integrantes se divertem muito a cada novo encontro, mostrando que o bom humor pode ser uma ótima companhia ao longo de todas as fases da vida.

Coragem em todas as fases

Valdir Vilaça participou de uma das primeiras reportagens sobre a onda das corridas em Rio Claro e região

Ao longo dos vinte anos de trajetória, a JC Magazine também foi pioneira em abordar os temas relacionados às mudanças de comportamento e à busca por mais saúde. Em 2017, o cabeleireiro Valdir Neves Vilaça, na época com 56 anos, foi um dos entrevistados na reportagem sobre o crescimento do número de adeptos das corridas em Rio Claro e região. Em meio à correria do dia a dia no salão e os cuidados com a esposa, que é deficiente, Valdir conseguia encontrar tempo para correr pelas ruas do bairro Santana. Muita coisa mudou na vida do cabeleireiro desde então, mas Valdir consegue manter firmes sua coragem e disposição para enfrentar cada novo obstáculo.

Questionado, o leitor cita fatos que foram marcantes ao longo dos últimos anos. Valdir foi diagnosticado com câncer de próstata, tendo que enfrentar o doloroso tratamento, mas saiu vitorioso da batalha. Em decorrência da doença, também enfrentou desafios profissionais. Na época, o grande movimento no salão era de mulheres em busca de alisar os cabelos, e o profissional foi proibido pelos médicos de voltar a trabalhar com essas substâncias. “Tive que me reinventar como cabeleireiro, buscando oferecer novos serviços e me aprimorando em outras áreas”, relembra o leitor. Na pandemia da Covid-19, uma nova crise, com o impedimento de trabalhar e as dificuldades para se manter financeiramente. “Foi mais um momento difícil, mas felizmente tudo foi superado”, comemora. E tudo isso sem se descuidar da saúde, mantendo até hoje uma rotina de cuidados com o corpo e a mente.

Jornada de fé

Para a família Giovanni, os últimos 20 anos foram de empenho no processo de beatificação do Irmão Roberto

Um propósito reuniu a família Giovanni nos últimos anos: o processo de beatificação do Irmão Roberto. Atualmente chamado de venerável (declarado em 2020 pela Congregação para a Causa dos Santos, mediante autorização do Papa Francisco), Irmão Roberto nasceu em 16 de março de 1903, em Rio Claro. Como religioso da Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (Estigmatinos) trabalhou em Castro (PR), Ituiutaba (MG), Morrinhos (GO) e nas cidades paulistas de Rio Claro, Caconde e Casa Branca. Evangelizador incansável, deixou também um legado de bondade e sabedoria mesmo após seu falecimento em 1994, aos 90 anos.

Irmão Roberto Giovanni: processo de beatificação está em andamento

Devido aos casos de graças em que os fiéis afirmam ter alcançado por sua intercessão, foi aberto o Processo Canônico para a sua Beatificação e Canonização. “Nesse momento, no Vaticano, suas graças estão em processo de análise. Se alguma das graças for considerada verdadeira, o Irmão Roberto passará a ser beato”, explica o sobrinho José Roberto Sommagio, o Zezo. No caso de reconhecimento de um segundo milagre pelo Vaticano, acontecerá então a tão desejada canonização. “Estamos dando continuidade ao empenho de minha mãe (Conceição Aparecida Giovanni, já falecida, irmã do venerável) com ações e orações pelo processo de canonização. A família Giovanni é uma família numerosa, e a causa do Irmão Roberto uniu a todos”, destaca o despachante e professor Zezo, que também agradece a dedicação da comunidade de Rio Claro ao longo dos últimos anos para levar adiante o processo de beatificação e canonização.

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