Carine Corrêa
Alívio. Este é o sentimento de Renata Paula depois de ter notícias da filha Gabriella Teixeira, de 19 anos. Gabriella estava desaparecida desde quarta-feira (6) e foi encontrada no último domingo (10). A única mensagem que Gabriella deixou para a família foi um bilhete se despedindo: “adeus”, escreveu no papel.
A jovem, que ainda está muito traumatizada, concedeu entrevista ao JC e detalhou como partiu da decisão de fugir e, até mesmo, de colocar fim a sua vida. “Eu fui para um lago em Araras em que costumava andar de pedalinho com o meu pai. Perto do lago procurei um hotel e fiquei trancada em um quarto durante todo esse período”, conta Gabriella.
Ela diz que um trauma de infância motivou sua vontade de desistir da vida. “Tomei 40 comprimidos de Diazepam e dormi durante dois dias seguidos. Foram cinco dias sem comer. Em um dos dias sonhei que estava em casa, chamava pela minha mãe e por um amigo”, detalha a jovem.
Gabriella Teixeira sofre de síndrome do pânico, depressão e faz tratamento para epilepsia. Ela tem acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Seu quadro de saúde agravou a preocupação de sua mãe, que resolveu fazer um boletim de ocorrência um dia antes de Gabriella fazer contato.
“Utilizamos as redes sociais como forma de divulgar o desaparecimento de minha filha. Muitas pessoas ajudaram na divulgação. Um rapaz de Santa Gertrudes chegou a procurar Gabriella no Horto Florestal. Uma mulher dos Estados Unidos me procurou para prestar solidariedade ao meu caso. Estou muito grata pelo apoio de todos”, agradece Renata.
Gabriella fez contato com o amigo na noite de domingo. O rapaz foi buscá-la no hotel em Araras e logo comunicou à mãe da jovem. Ainda muito abalada, Gabriella Teixeira finaliza: “Quero apagar todo o passado e esquecer as pessoas que me fizeram mal. A justiça vem de Deus”.