O ex-prefeito Du Altimari, a ex-vice-prefeita Olga Salomão e o ex-prefeito Nevoeiro Junior

O ex-prefeito Du Altimari, a ex-vice-prefeita Olga Salomão e o ex-prefeito Nevoeiro Junior

O ex-prefeito de Rio Claro, Du Altimari, tomou conhecimento na última semana que exatos dois anos atrás, em maio de 2021, a Justiça Eleitoral arquivou uma denúncia contra ele, sua então vice-prefeita Olga Salomão e o ex-prefeito Nevoeiro Júnior, que investigou eventual ocorrência de crimes de corrupção ativa e passiva, além de falsidade ideológica eleitoral, durante o ano de 2012 no município. Segundo consta, a investigação teria sido arquivada por falta de provas.

De acordo com certidão emitida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado de São Paulo, o inquérito instaurado pela Polícia Federal no ano de 2017, a pedido da Procuradoria-Geral da República, que tinha como investigados os três políticos citados em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, acabou arquivado em 30 de maio de 2021. Somente nesta última semana que o emedebista Du Altimari obteve conhecimento e confirmação desse arquivamento, que acaba por favorecer também sua ex-vice-prefeita Olga e seu adversário político Nevoeiro.

“A minha avaliação é de que realmente minhas contas da campanha de 2012 foram aprovadas, não teve nunca alguma coisa que viesse pôr em dúvida isso. Só veio a confirmar com a aprovação das contas eleitorais. Nada existiu, foi uma denúncia que não teve sentido, tanto é que a Justiça Eleitoral pediu o arquivamento. As minhas contas foram aprovadas. Portanto, nada existiria de forma que não fosse nessa direção e veio a comprovar agora com o arquivamento. A Justiça foi feita”, comenta Du à Farol JC.

A investigação teve origem na Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2017, mesmo ano em que Du era assessor especial da subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo da Presidência da República, que na época era de Michel Temer (MDB). O início ocorreu diante da citação de Du, Olga e Nevoeiro pelo então executivo da Odebrecht, Guilherme Paschoal, que afirmou em delação premiada de dezembro de 2016 que teria realizado repasses do chamado “caixa dois” para campanhas eleitorais de políticos e partido de Rio Claro no ano de 2012, ano em que Altimari foi reeleito contra Nevoeiro, que perdeu a eleição na ocasião.

Paschoal relatou que na época da campanha para as eleições de 2012 era diretor regional do estado de São Paulo na Odebrecht e fez contatos com o ex-prefeito Du Altimari (então candidato à reeleição), o ex-prefeito Nevoeiro Júnior (candidato a prefeito) e Geraldo Pereira, ex-superintendente do Daae e arrecadador de recursos para o Partido dos Trabalhadores (PT), que teria recebido dinheiro para a campanha da ex-vice-prefeita Olga Salomão (PT) e para outras candidaturas do partido em suposto favorecimento diante da PPP do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae).

Segundo o depoimento de Paschoal, no total teriam sido repassados R$ 950 mil para políticos de Rio Claro. O nome de Du Altimari era tratado como “sabonete”, enquanto de Nevoeiro era citado como “pirado” dentro do sistema da Odebrecht. Após repercussão da reportagem da Farol JC, que em primeira mão revelou o arquivamento da investigação contra Du Altimari, Olga Salomão e Nevoeiro Júnior no âmbito da Lava Jato, conforme a edição de domingo (21), foi a vez dos demais políticos se manifestarem a respeito do assunto à coluna. O primeiro foi o ex-prefeito Nevoeiro Júnior. Em contato com a reportagem, afirmou:

“Não tenho a menor dúvida [que foi acertado o arquivamento]. Eu não tenho dificuldade em explicar. Eu prestei depoimento na época que haviam prometido dinheiro para minha campanha, obviamente que seria repassado oficialmente. Me falaram ‘Eu não vou dar nada a você, pois está impedido, dar dinheiro a você é salgar carne podre’. Dessa forma, eu suponho que para os demais ele deu, mas não tenho como provar isso. Em relação a eles, se elegeram dizendo que a PPP não prestava. Precisariam explicar melhor isso. Ao tomar posse o Du esqueceu tudo e passou a elogiá-la e irresponsavelmente parou de investir no serviço de água, ele misteriosamente aumentou de 40% para 50%, não fez nenhum investimento e praticamente quebrou o Daae”.

 Já a ex-vice-prefeita Olga Salomão declarou à Farol JC que “Não fui nem indiciada. As pessoas que falaram as mentiras, gostaria que mostrassem o dinheiro que disseram que eu peguei. Gostaria que eles desmentissem o que falaram. O que fizeram conosco do PT é algo inimaginável, com mentiras, e gostaria que alguém provasse o que escreveram sobre isso. A Justiça vem vindo devagar, mas vem vindo”, completou.

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