GIRASSOL, GO, 28.06.2021 – LÁZARO-BARBOSA: Policiais militares que estavam na operação de caçada ao assassino Lázaro Barbosa, chegam em carreta comemorando a captura e morte do individuo à base das operações em Girassol, distrito de Cocalzinho, no estado de Goiás. A população saudou os policiais. Lázaro foi preso no início da manhã desta segunda-feira (28), quando foi atingido por tiros disparados pelos policiais que estavam em seu encalço e não resistiu aos ferimentos. O assassino estava foragido há 20 dias. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

MARCELO ROCHA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após a morte de Lázaro Barbosa de Sousa, 32, a polícia tenta identificar comparsas que lhe deram suporte durante a fuga. Um dos pontos principais é desvendar quem deu dinheiro para o homem que ficou conhecido como “serial killer do DF”. De acordo com a polícia, Lázaro invadiu casas nos últimos 20 dias, mas o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse que há indícios de que ele recebeu recursos de moradores da região.

Segundo Miranda, Lázaro carregava R$ 4.400 no bolso quando foi emboscado e morto. “[Esse dinheiro] É mais uma prova de que tinha gente acobertando e dificultando o trabalho das forças policiais”, afirmou. O cerco ao homem acusado de assassinar uma família em Ceilândia (região administrativa do Distrito Federal) e fugir para o Goiás chegou ao fim nesta segunda-feira (29). A polícia o matou em Águas Lindas de Goiás (GO).

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) de Goiás afirmou que o criminoso resistiu à ordem de prisão e atirou contra os agentes que participaram da operação. Os policiais relataram ter disparado cerca de 125 vezes contra Lázaro, segundo o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil. Além de pistolas, eles usaram um fuzil. O bandido foi alvejado por 38 tiros, segundo informações preliminares.

Os investigadores trabalham com a hipótese de que ele cometia crimes sob encomenda e que algumas ocorrências sob apuração poderiam ter relação com disputas fundiárias. “A questão imobiliária é uma delas. Outra linha é que ele atuava como jagunço ou segurança de algumas pessoas”, disse secretário de Segurança Pública de Goiás.

A prisão de um fazendeiro na semana passada reforçou a desconfiança. Elmi Caetano Evangelista, 74, é apontado pelas autoridades como integrante da rede criminosa que deu guarida a Lázaro. O foragido se escondeu na propriedade de Evangelista por vários dias, disseram as autoridades, com base no depoimento de um funcionário do local, também preso e liberado em seguida pela Justiça.

O advogado Ilvan Barbosa, que defende o fazendeiro, disse à Folha que o cliente não tinha ciência de que ele estaria escondido em sua propriedade como acusa a polícia. “Ele não dorme na fazenda. Vai lá para dar comida para bichos”, afirmou o advogado.

Existem inquéritos para apurar outros sete crimes atribuídos a Lázaro, a maioria por latrocínio (roubo seguido de morte) e por homicídio. As autoridades dizem acreditar que ele não agiu sozinho nas ocorrências.

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