A tradição do Jornal Cidade frente à informação de credibilidade em Rio Claro é um dos fatores primordiais para a construção de uma sociedade mais justa e plural no município. Há décadas que o JC vem cumprindo seu papel de bem informar os cidadãos e hoje, ao completar 88 anos de história, renova seu compromisso com a comunidade rio-clarense.
Isto porque o papel da imprensa é defender as demandas da população de maneira a contemplar a todos os pensamentos e, conforme prevê a Constituição Federal, de forma livre e sem censura. Para o juiz e diretor do Fórum de Rio Claro, Dr. Cláudio Luis Pavão, a democracia protege os direitos fundamentais da pessoa, sobretudo a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.
“Esta última, aliás, é que permite fiscalizar a administração pública e os representantes do povo, cobrando ações e exigindo transparência. Tanto assim que frequentemente a imprensa é chamada de o ‘quarto’ poder, ao lado do Executivo, Legislativo e Judiciário”, recorda. Segundo Pavão, além disso, a imprensa ainda informa, esclarece e ajuda os cidadãos na compreensão dos diversos mecanismos que compõem a máquina pública. “Isso é o que tem feito o Jornal Cidade ao longo de sua longa trajetória de 88 anos de vida. Parabéns, portanto, ao JC e que continue firme na sua trajetória de servir à comunidade de Rio Claro”, declara.
Essa função de bem informar os cidadãos é reiterada pelo juiz da Vara do Júri, Execuções Criminais e Infância e Juventude, e atual juiz eleitoral, Dr. Wander Benassi Junior. Conforme ele expõe, a liberdade de imprensa possui patamar constitucional desde 1988 (art. 220), o que chama a atenção para o tamanho de sua importância no Brasil, consequentemente, em Rio Claro, onde o JC já atua desde a década de 1930. Vale lembrar que os 88 anos do Cidade estão sendo comemorados em meio à mais recente campanha eleitoral brasileira.
“Depois de mais de trinta anos de história constitucional democrática, [a liberdade de imprensa] traduziu-se na consolidação dos direitos de informar, informar-se, e ser informado. Esses [direitos] que, na sociedade local rio-clarense, se traduzem pela importância da missão da classe jornalística em informar sobre os problemas locais – aqui inclusive criticando o necessário sobre as instituições, estimulando a população à reflexão. E à população para conhecer seus direitos e a importância histórica desta cidade, e assumir seu protagonismo no cuidado dela, e no desenvolvimento da cidadania”, pontua.
“Se modernizou para novas plataformas”, diz jornalista que iniciou carreira há décadas no JC
O jornalista e doutor em Educação, Belarmino Cesar, ex-diretor da Faculdade de Comunicação da Unimep, onde também atuou como coordenador do Curso de Jornalismo da Universidade, iniciou sua carreira enquanto jornalista no Jornal Cidade no final da década de 1970. A convite da reportagem, trouxe uma reflexão sobre as mudanças que observou ao longo das últimas décadas no JC e seu papel perante a sociedade rio-clarense.
O comunicador lembra que desde a fundação do Jornal Cidade profundas transformações ocorreram nos suportes midiáticos, sobretudo na tecnologia, de forma que essas mudanças implicaram também em reestruturação das sociedades, em suas condições econômicas e culturais, nos modos de conviver, e através de processos descentrados de circulação de informações.
“No contexto de hipervalorização da imagem, de conteúdos noticiosos fragmentados e motivados, muitas vezes, pelo sensacionalismo, passa a ser ainda mais importante a postura ética e de compromisso social do jornalismo, a exemplo do que tem sido a prática do jornal ‘Cidade de Rio Claro’, que soube, ao longo do tempo, preservar dimensões tradicionais e se modernizar para a ambientação nas novas plataformas midiáticas”, afirma.
Belarmino pontua que o JC reflete a liberdade de imprensa com “espaço editorial para debate público de temas de interesse da comunidade local/regional, reportagens com valorização do contraditório, apreço pela interação com leitores e registro de suas opiniões, além de conter a narrativa dos fatos cotidianos e das matérias sobre nossa gente, cultura e arquitetura, dentre outras qualidades, têm sido as marcas da impressão do jornal ‘Cidade de Rio Claro’, antes compostas pelos caracteres tipográficos de linotipo e atualmente pela fluidez do mundo digital. Em cada época, suporte e condições de produção, tem sido importante que prevaleça sempre a isenção e o rigor informativo”, finaliza.