Folhapress
Novembro acaba de começar e reserva belas surpresas no céu. Os destaques astronômicos do penúltimo mês do ano são: um eclipse lunar total, também chamado de “Lua de Sangue”, e duas chuvas de meteoros.
Também há algumas conjunções bem brilhantes – quando planetas e/ou a Lua aparecem bem próximos em nosso céu, mas continuam separados por milhares de quilômetros no universo.
Todos os eventos listados aqui serão visíveis a olho nu do Brasil. Para localizá-los mais facilmente, você pode usar um app ou site de observação astronômica, como Star Walk, Stellarium, Star Chart, SkySafari ou Night Sky. Confira a seguir mais detalhes:
1/11: Conjunção Lua e Saturno
4/11: Conjunção Lua e Júpiter
4/11: Pico da chuva de meteoros Táuridas do Sul
Na noite entre os dias 4 e 5 de novembro, acontece o pico da chuva Táuridas do Sul. Apesar de mais fraca, com até dez meteoros por hora, ela tem um diferencial: é conhecido por gerar “bolas de fogo” que podem ganhar tons avermelhados, alaranjados e amarelados.
O espetáculo celeste começa por volta das 20h, quando nasce a constelação de Touro (que é o radiante da chuva, por isso o nome dela), e se estende por toda a madrugada. As “estrelas cadentes” (nome popular para os meteoros que cruzam o céu) vão parecer convergir nesta constelação, mas surgem de qualquer ponto ao redor.
Elas podem ser vistas em todo o Brasil, a olho nu. O melhor horário para observação é por volta da meia-noite, quando o radiante estiver mais alto no céu e a Lua já estiver mais baixa.
A Táuridas acontece todos os anos nesta época, quando a Terra, em seu movimento em torno do Sol, atravessa uma trilha deixada pelo cometa Encke.
Diferentemente da maioria dos cometas, como o Halley, seus detritos são maiores e mais pesados – são seixos e pedras, em vez de poeiras e grãos – e estão bem espalhados. Por isso, explodem bem brilhantes e coloridos quando entram em nossa atmosfera em alta velocidade.
O momento de maior atividade é na noite do dia 4 de novembro, mas a Táuridas do Sul segue ativa até o dia 25 deste mês. Até lá, ainda será possível ver alguns meteoros.
8/11: Lua cheia
8/11: Eclipse lunar total – “Lua de Sangue”
Um eclipse do Sol (o último aconteceu no dia 25 de outubro, mas não foi visível do Brasil) é sempre seguido por um da Lua, aproximadamente duas semanas depois.
Um eclipse lunar total ocorre quando nosso satélite, na fase Cheia, é encoberto pela sombra da própria Terra. Com a luz do Sol indireta e filtrada por nossa atmosfera, ele não é totalmente apagado, mas ganha um brilho vermelho – por isso, recebe o nome popular de “Lua de Sangue”.
O evento poderá ser visto com mais intensidade na América do Norte, na Ásia, na Oceania e na América do Sul. No Brasil, será bem fraco, chamado eclipse penumbral – veremos apenas a Lua levemente escurecida. Na região Norte do país, a observação é um pouco mais favorecida.
Quem quiser observar, precisará acordar bem cedo: por aqui, o eclipse acontece apenas quando a Lua já estiver se pondo, pouco antes do amanhecer, entre 5h e 5h15 da manhã do dia 9.
Lembrando que, ao contrário dos eclipses solares, os lunares são completamente seguros de se ver, a olho nu, sem necessidade de proteção para os olhos e câmeras. Um par de binóculos pode tornar a imagem mais interessante ampliando os detalhes da superfície da Lua.
11/11: Conjunção Lua e Marte
17/11: Pico da chuva de meteoro Leônidas
A segunda chuva do mês é mais intensa, com até 15 meteoros por hora, e radiante na constelação de Leão.
O hemisfério Sul é privilegiado na observação, porém, o horário é na madrugada: os meteoros poderão ser vistos a partir da 1h (entre o dia 17 e 18). O melhor momento para observação é após as 3h, até o nascer do Sol, quando Leão está mais alto no céu.
A Leônidas é formada por destroços do cometa 55P/Tempel-Tuttle e pode ter um fator surpresa. A cada três décadas, pode gerar uma “tempestade” de meteoros, com um surto incomum de intensidade, com centenas ou milhares de meteoros por hora.
28/11: Conjunção Lua e Saturno