Favari Filho
O descontentamento com o atual governo, protagonista de uma das maiores crises econômica e política da história do Brasil, fez com que grupos da sociedade civil organizassem manifestações contra o “desgoverno e a corrupção”.
O Movimento Vem Pra Rua prepara novo ato contra Dilma Rousseff no próximo domingo (16), com a participação massiva da Cidade Azul. A concentração será a partir das 8h30, com saída às 9 horas, da Rua 3 com a Avenida 1, em frente ao Jardim Público. É a terceira marcha organizada pelo movimento; as duas primeiras aconteceram nos dias 15 de março e 12 de abril.
Na primeira, que aconteceu em todo o Brasil, somente na Avenida Paulista, em São Paulo, 1 milhão de pessoas participaram; já na segunda foram contabilizados 800 mil participantes na avenida mais famosa da Capital. Em Rio Claro, manifestantes rio-clarenses somaram 4 mil e 2 mil, respectivamente.
Para evitar tumultos causados por infiltrados, a organização orienta que os populares se sentem no chão e apontem para o responsável diante de qualquer ato ilícito. Pede também para que todos utilizem roupas com as cores verde e amarelo e não compareçam com bandeiras de qualquer partido e/ou agremiação.
Mas o que pensam os vereadores do município sobre o fato? É o que o Jornal Cidade quer saber e, para isso, ouviu quatro representantes do Legislativo que pertencem a legendas distintas: Dalberto Christofoletti (PDT) [agremiação que acaba de deixar a base do Governo Federal], José Pereira (PTB) [que, da mesma forma que o anterior, entregou os cargos na esfera federal], Juninho da Padaria (DEM) [a principal oposição ao governo, uma vez que o PSDB tem se abstido da tarefa] e Maria do Carmo (PMDB) [partido que segura e mantém o mandato da presidente]. Vejam!
Dalberto Christofoletti (PDT)
“No que diz respeito às manifestações, penso que o povo na rua é sinônimo de saúde da democracia, mas é preciso ter o devido cuidado para não servir como massa de manobra de grupos conservadores. Caso eu participe, gostaria de levantar especialmente a bandeira da Educação, que é a proposta original dos movimentos progressistas que derrubaram a ditadura militar. Torço para que o Brasil tenha a sua primavera política, mas não apoiando figuras medievais como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.”
José Pereira (PTB)
“As manifestações são legítimas e devem acontecer sempre, desde que não haja violência e baderna. Acredito que o protesto faz parte da democracia e deve existir sempre que alguma atitude tomada pelo representante não agradar ao povo, que é quem o elege. Acho que as manifestações que vêm acontecendo durante todo o primeiro semestre de 2015 e também as de 2013 são populares e, por isso, entendo que o não envolvimento de políticos seja mais interessante, pois é um movimento da sociedade civil.”
Juninho da Padaria (DEM)
“Apoio e acho que toda a manifestação ordeira é válida. O político que atua para o bem comum tem de ouvir as vozes das ruas e as transportar para o Legislativo e Executivo. Há a possibilidade de eu ir sim, mesmo porque entendo que é um movimento popular que repulsa a situação que vive o País. Na verdade, o povo está cansado do político que não entende que não basta apenas ganhar as eleições, tem que trabalhar para a população. A descrença política e a corrupção cansaram o povo e as manifestações são a resposta.”
Maria do Carmo (PMDB)
“Acho que a manifestação é válida e democrática acima de tudo, por isso tem de ser respeitada. Não vou, mas quero atentar às pessoas para olharem para as questões atribuídas ao Governo do Estado. A culpa não é somente do governo federal, mas do estadual, que está deixando a desejar com diminuição do Pró-Santa Casa, com as medicações de alto custo e também na questão da verba que não foi enviada à Feena [Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade], contudo respeito os que vão participar.”