Ednéia Silva
O problema é antigo, mas recorrente. A empresa responsável pela coleta de lixo doméstico volta a alertar para o aumento de acidentes de coletores com materiais perfurocortantes que são descartados no lixo comum indevidamente ou sem o acondicionamento correto. Neste primeiro semestre foram registradas 40 ocorrências e mais de 120 nos últimos três anos. O problema tem causado sério impacto no serviço, devido à dificuldade em se contratar profissionais para trabalhar no setor.
Os dados foram divulgados pelo educador ambiental Eder Varussa no programa Jornal da Manhã da Rádio Excelsior Jovem Pan na quin ta-feira (18). De acordo com ele, o impacto dos acidentes na mão de obra tem sido muito grande e as pessoas não estão se conscientizando dessa gravidade. Varussa conta que há 15 dias a empresa registrou três acidentes na mesma semana. Um dos coletores teve a artéria da perna perfurada.
No caso de seringas, Varussa chama atenção para os riscos à saúde dos coletores, porque não se sabe que tipo de doença eles podem contrair ao manusear esse tipo de material sem a proteção necessária. Outro dia uma coletora teve que ser levada às pressas ao pronto-socorro porque teve a mão perfurada por uma agulha suja de sangue de um equipo de soro descartado incorretamente no lixo doméstico.
Ele orienta a população a fazer o acondicionamento correto desses resíduos antes de descartá-los. Os materiais perfurocortantes têm que ser embalados em folhas de jornal, caixas tetrapak ou de papelão antes de serem colocados no lixo. Varussa observa que alguns materiais como vidros podem ser levados aos ecopontos ou destinados à coleta seletiva.
O educador ambiental comenta ainda que a empresa tem enfrentado problemas também com hospitais, que não têm feito a separação do lixo. Segundo ele, resíduos de saúde não podem ser misturados ao lixo comum, porque têm coleta diferenciada devido ao maior risco de contaminação. Segundo ele, cabe à Vigilância Sanitária orientar esses estabelecimentos sobre a separação e o fracionamento correto do lixo hospitalar. A fiscalização é de responsabilidade da Sepladema e também da Vigilância Sanitária.
No entanto, Varussa destaca que o cidadão também tem deveres que não vêm sendo cumpridos. Por conta disso, a empresa está pedindo à Sepladema a criação de uma lei que estabeleça multa para quem jogar material perfurocortante no lixo comum. Ele comenta que a concessionária tem desenvolvido mutirões e vários trabalhos nos bairros para que os moradores criem uma identidade com o ambiente em que vivem, promovendo um comprometimento socioambiental. Com isso, as pessoas deixarão de transferir o lixo da frente de suas casas para jogá-lo em terrenos baldios, canteiros, áreas verdes e de preservação, margens de rios e córregos, entre outros locais, prejudicando o meio ambiente e causando sérios impactos para a cidade.
Eder Varussa salientou que, para que o trabalho de conscientização dê resultados positivos, é preciso fiscalização. “A educação ambiental é participativa e contínua. A fiscalização tem que estar junto, participando do processo da educação ambiental”, frisa.
Por fim, o educador falou sobre a coleta de lixo, que deve ser feita porta a porta pelos coletores. Amontoar o lixo nos canteiros e esquinas muito antes da coleta é proibido, conforme prevê o contrato da empresa com a prefeitura. Ele afirma que os profissionais recebem treinamento e orientação nesse sentido e qualquer infração deve ser denunciada à Sepladema ou à própria concessionária pelo telefone (19) 3524-3800 para que as devidas providências sejam tomadas.
O áudio completo com a entrevista pode ser conferido no player abaixo. Clique para ouvir!