No estado de SP, no período de janeiro a julho de 2024, mais de 41% das mortes por sinistro de trânsito envolveram moto, e 83% dos casos, o gênero masculino; Detran alerta para os riscos

“Pelo quê você corre?”, pergunta o narrador no início do vídeo sobre a campanha educativa do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP). Carro-chefe da ação educativa, o filme de 30 segundos tem como foco o motociclista, em especial o motoboy ou quem dirige a sua moto para viver – e é vida o que a campanha quer preservar. “Meu corre é a minha paixão”, diz um, seguido por outro que responde, “Meu corre é para conquistar meu sonho”. Um terceiro diz que seu corre é pelo futuro. “Meu corre é pela minha família”, afirma o último. Todos são homens, e representam as maiores vítimas do trânsito no estado: de janeiro a julho deste ano, mais de 41% das mortes por sinistro de trânsito envolveram moto, e 83% dos casos, o gênero masculino.

Os dados são do Infosiga, o Sistema de Informações Gerenciais de Sinistros de Trânsito do Detran-SP, e embasam as peças que já circulam pelos meios de comunicação. Além de homens, as vítimas de ocorrências envolvendo motocicletas são, na maioria, jovens. Estudo recente da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) indica que as perdas são maiores na faixa etária entre 20 e 29 anos. Dados do Infosiga confirmam o mesmo perfil de vítima no estado de São Paulo. Aqui, a faixa dos 20 aos 24 anos é a mais atingida, respondendo por cerca de 20% a 22% das mortes com motocicleta nos últimos cinco anos. De janeiro a setembro, 22% dos mortos por sinistros com moto estavam neste intervalo de idade.

“Quando pensamos nesta campanha, partimos da perspectiva de que a vulnerabilidade do motociclista no trânsito é um fator crítico, agravado pela falta de percepção dos riscos e do papel individual de cada condutor”, afirma Anderson Poddis, diretor de Educação para o Trânsito e Fiscalização do Detran-SP.