Antonio Archangelo
Um comissionado tem mais valor do que a gente, concursado”, disse indignado motorista da prefeitura ao utilizar tribuna da Câmara Municipal, na tarde de ontem, 16 de julho.
Ao citar a importância dada aos cargos comissionados na prefeitura e na nova Reforma – que está em discussão -, o motorista disparou: “tem comissionado que não trabalha todo dia”.
A reclamação do servidor consiste na ampliação de cargos em comissão, sobretudo com a criação da figura do gerente na esfera administrativa, cerca de 82, que serão nomeados pelo prefeito. Destes, 70% terão que ser escolhidos entre os servidores concursados. Além disso, o governo Altimari mantém a quantidade atual de comissionados dentro da máquina administrativa. Ao todo serão 360 comissionados, junto com os gerentes.
A assiduidade de comissionados já gerou impasse dentro do alto escalão, após o vereador Júlio Lopes afirmar que diretores não estariam comparecendo diariamente ao trabalho, em 2013. A polêmica foi levada em banho-maria até ser esquecida pela opinião pública.
Em junho de 2013, uma petição online chegou a ser aberta para recolher assinaturas pedindo ao prefeito que “Cargos Comissionados batam ponto e justifiquem ausências na Prefeitura de Rio Claro”. A ação recebeu 248 assinaturas.
Na justificativa, disponível no site da Avaaz, um dos idealizadores afirma que “a Prefeitura de Rio Claro criou varios cargos comissionados, porém muitos desses pouco aparecem para trabalhar, ou aparecem raramente em suas Secretarias. O problema é que eles recebem do dinheiro público e quando faltam não justificam ausências. Quero a obrigação para que os comissionados batam ponto, justifiquem suas ausências e no caso de falta injustificada tenham o dia descontado, assim como todo funcionário de carreira”.
SUBSTITUTIVO
Outro fato que chamou a atenção é a chegada de um novo projeto substitutivo à Reforma Administrativa, que conteria as alterações acatadas nas reuniões realizadas pela Câmara. O substitutivo deverá agrupar todas as alterações, para evitar um número excessivo de emendas. Cabe lembrar que o atual projeto em discussão já é um substitutivo, após o Executivo retirar o projeto original para aparar algumas arestas.
Na audiência de ontem, o secretário de Cultura, o ex-vereador Sérgio Desiderá, (PT) opinou: acho que será, sim, um substitutivo.