ALFREDO HENRIQUE
SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – Apesar de mais vazias, as praias da Baixada Santista registraram aglomerações e descumprimentos de medidas sanitárias, nesta quinta-feira (3), feriado de Corpus Christi.
Com o intuito de monitorar o turismo de um dia, as prefeituras de Santos, Mongaguá e Praia Grande montaram barreiras sanitárias para evitar a entrada de ônibus e vans irregulares com turistas nos municípios.
Cerca de 20 pessoas, todas sem máscaras de proteção, se dividiam entre dois quiosques de bebidas, por volta das 13h desta quinta-feira, na praia do Gonzaga, em Santos. Uma dupla também jogava frescobol, tipo de esporte coletivo por hora proibido, da mesma forma que as aglomerações flagradas, segundo decreto estadual de combate à pandemia.
Na orla, ciclistas e corredores circularam sem máscara, ou com o item no queixo, também em descumprimento às medidas de prevenção ao vírus.
Caminhando com o filho de 8 anos, o profissional em reciclagem Edson José dos Santos, 38, notou que a praia de Santos estava mais vazia do que o habitual em feriados. Ele afirmou ter testado positivo para a Covid-19, há cerca de um mês. “Fiquei mal de verdade, senti como esse vírus pode fazer mal.”
Entre a manhã e por volta das 14h desta quinta, a Prefeitura de Santos afirma ter realizado 569 abordagens a pessoas nas praias, sendo dez pela prática irregular de esportes coletivos e 169 sobre o uso inadequado ou inexistente de máscaras. Não houve multa nestes casos.
Entre a noite de quarta e madrugada desta quinta, a força-tarefa da prefeitura com a Polícia Militar aplicou multas de R$ 10 mil e R$ 1.500 a dois estabelecimentos que descumpriram protocolos sanitários.
As barreiras sanitárias na cidade ocorrem das 3h às 15h ainda nesta sexta e sábado, e das 3h às 11h no domingo (6).
Para quem for flagrado sem máscara na rua, a prefeitura alerta que a multa, caso aplicada, é de R$ 300. “A população deve denunciar irregularidades e cumprir as regras vigentes, entre elas o uso obrigatório de máscara facial”, diz trecho de nota.
Em Praia Grande e situação foi praticamente a mesma de Santos, com praias mais vazias, mas com aglomerações e gente sem máscara.
Longe disso, do outro lado da orla do Boqueirão, o ambulante Júlio Simões Costa, 65 anos, o Zé do Coco, comentava sobre como a pandemia mudou a cara da região.
Acostumado a vender dezenas de cocos por dia, ele precisou fechar sua barraquinha por cinco meses em 2020, quando se virou com o auxílio emergencial, do governo federal. “Ainda estou recebendo auxílio, mas nada melhor do que ganhar com o trabalho”, ressaltou. Ele diz vender atualmente entre um e três cocos por dia, como ocorreu na tarde desta quinta.
O aposentado José Arnaldo, 56, foi o terceiro cliente do ambulante, por volta das 16h. Morador do Boqueirão há três anos, ele afirmou faltar bom senso nas pessoas e que medidas como barreiras sanitárias, “apesar de válidas, não convencem as pessoas que descumprem as regras sanitárias.”
OUTRO LADO
A Prefeitura de Praia Grande afirmou fiscalizar as praias da cidade para verificar o cumprimento de medidas sanitárias.
O governo salientou a realização de uma barreira sanitária na cidade, que havia abordado 1216 pessoas nesta quinta-feira, segundo balanço parcial.
“Cabe ressaltar que a Prefeitura sancionou neste ano de 2021 legislação que pune com multa quem não estiver com máscara (R$ 500,00) em espaços públicos e ainda pessoas que promovam eventos que resultem em aglomerações de pessoas (até R$ 5.000)”, diz trecho de nota.