O mês de outubro de 2023 chega com dupla comemoração para Zélia Maria do Prado Alves, moradora do bairro Vila Nova, em Rio Claro. Além de completar 65 anos, recentemente celebra um ano da cura do câncer de mama. Nesta data tão significativa ela lembra da necessidade de exames como a mamografia , do autocuidado, do autoexame e da importância do diagnóstico precoce.
“Por já ter tido dois casos de câncer de mama na minha família, duas primas de primeiro grau – sendo que uma veio a falecer, eu sempre mantive meus exames em dia e foi em fevereiro do ano passado, através de uma mamografia que se levantou a suspeita que eu poderia estar com a doença. Essa suspeita veio a se confirmar em maio e naquele momento você fica cega, nem dá para pensar muito, mas eu fui objetiva e pensei que estava nas mãos de Deus e da ciência”, conta Zélia.
Em 21 de julho ela passou por uma cirurgia e na sequência deu início a radioterapia que terminou em outubro: “Eu costumo dizer que a prevenção salva vidas. Se não existisse essa preocupação de fazer os exames talvez eu tivesse descoberto tardiamente o câncer o que dificultaria mais o processo”, pontua.
Por falar em dificuldades, Zélia relembra que a parte mais difícil para ela foi quando passou a tomar os medicamentos: “Eu acho importante dizer até mesmo para encorajar outras mulheres que estão passando por isso ou que possam vir a passar. O lado emocional fica sim muito abalado. Tristeza, angústia, abandono foram alguns dos sentimentos que tentaram me dominar. Foi aí que eu busquei ajuda em Deus, na família, em terapia. Entrei para um grupo de roda de viola da Unesp e ressalto aqui, com todo o louvor, o projeto multidisciplinar ‘Flor Azul’ que tem a frente o Dr. Daniel Buttros e outros profissionais incríveis e humanizados. Algo fantástico que acompanha mulheres diagnosticadas com câncer de mama e as ajuda na reabilitação”.
Com uma história de superação, a reportagem também conversou com Mirela Pantano, 53 anos. Ela descobriu um nódulo na mama esquerda aos 34 anos e conta que ao receber o diagnóstico era como se tivesse caído em um precipício. Com dois históricos na família – a mãe e a avó, ela conta que ressignificou muita coisa e foi à luta: “Meu médico optou pela retirada total da mama e o esvaziamento axilar pois o linfonodo sentinela também estava comprometido. Operei em janeiro de 2005 e comecei a radioterapia e a quimioterapia dois meses depois. Foram muitos altos e baixos principalmente com a queda do cabelo e os desconfortos”, relembra.
O tratamento foi concluído em novembro do mesmo ano e a partir daí Mirela manteve as consultas de manutenção de três em três meses, depois de seis em seis meses até que passou a ir ao médico uma vez ao ano. Ela teve alta em 2010, mas ressalta que a frequência de consultas continua anualmente. Em 2008 passou pela reconstrução da mama com tecido próprio e em junho agora realizou a simetrização das mamas: “Agradeço a Deus todos os dias por ter aprendido desde cedo a fazer o autoexame. Foi tomando banho, passando o sabonete, que eu notei algo errado em minha mama. Meu tumor foi detectado cedo e isso foi importante no processo de cura. Então se você perceber algo diferente procure a orientação de um profissional da área e se dê a possibilidade de tratar, nunca desista”, completa.