Famílias que ocuparam o Conjunto Habitacional Santa Lúcia dizem que só saem dos imóveis com casa própria garantida

Carine Corrêa

Famílias que ocuparam o Conjunto Habitacional Santa Lúcia dizem que só saem dos imóveis com casa própria garantida
Famílias que ocuparam o Conjunto Habitacional Santa Lúcia dizem que só saem dos imóveis com casa própria garantida

Tendo em vista a invasão por um grupo de 130 famílias ao Conjunto Habitacional Santa Lúcia durante o domingo (31), a Polícia Militar informou que não recebeu ordem da justiça que determine a reintegração de posse dos imóveis. A informação foi repassada pelo atual comando da PM de Rio Claro, representado pelo major Silveira.

Sobre o assunto, a Prefeitura de Rio Claro informou que o empreendimento está sob a responsabilidade da construtora RPS e, por isso, a ordem de reintegração de posse deve partir da empresa. “De acordo com a empresa RPS Engenharia, responsável pela construção do empreendimento, já foi apresentado pedido de liminar para reintegração de posse”, reforçou o governo municipal. A reportagem do JC tentou contato com a RPS, mas não conseguiu até o fechamento da edição impressa desta quarta-feira (4). A Secretaria de Habitação esteve no conjunto, situado no bairro Boa Vista II, na manhã dessa terça-feira (2) e orientou para que os invasores desocupem os imóveis invadidos o mais rápido possível.

Segundo algumas pessoas que ocuparam os imóveis e que preferiram preservar sua identidade para não ter o benefício comprometido, a pasta marcou reunião para a manhã desta quarta-feira (3). Para eles, não há negociação. Só saem com a garantia de casa própria em uma projeção próxima. “Têm pessoas esperando há 10 anos pela sua moradia. Foi repassado para nós que o conjunto será inaugurando somente em setembro de 2015. Até lá, vai ficar vazio e sofrendo depredações? Se já estivéssemos morando aqui, não teria esse tipo de problema”, disse um dos ocupantes.

O sonho da casa própria moveu as dezenas de pessoas em um só grito: “Queremos moradia”. Enquanto a imprensa permaneceu no bairro nessa terça-feira (2), as famílias repetiam inúmeras vezes essas palavras.

O número oficial de casas invadidas repassado pela prefeitura foi de 70 imóveis. Crianças, jovens, adultos e idosos estão ocupando atualmente as casas inseridas no Programa “Minha Casa, Minha Vida”. “Já foi identificado que a grande maioria dos invasores não é de Rio Claro, portanto estão fora do cadastro da Secretaria Municipal da Habitação”, disse a municipalidade em nota que não informou a data prevista para entrega do conjunto.

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