O técnico Vanderlei Luxemburgo, da SE Palmeiras, em jogo contra a equipe do Coritiba FC, durante partida válida pela décima sexta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na arena Allianz Parque. (Foto: Cesar Greco)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Terminou nesta quarta-feira (14) a quinta passagem de Vanderlei Luxemburgo pelo Palmeiras. O técnico não resistiu à derrota por 3 a 1, em pleno Allianz Parque, para o Coritiba, que iniciou a rodada em 18º lugar, na zona de rebaixamento do Brasileiro.

Foi o terceiro revés consecutivo do time, que está estacionado na tabela do Nacional com 22 pontos em 15 jogos. Um aproveitamento de 49%.

Antes do resultado negativo no confronto contra o Coritiba, o Palmeiras perdeu para o São Paulo, em casa -algo até então inédito jogando em sua arena-, e para o Botafogo, após uma sequência de 20 jogos de invencibilidade.

Em nota divulgada no final da noite desta quarta-feira, o clube afirmou que o desligamento do técnico foi uma decisão da direção. “A diretoria alviverde se reuniu na Academia de Futebol e decidiu pela não permanência do treinador no cargo. O Palmeiras agradece a Luxemburgo pelo trabalho desenvolvido em sua quinta passagem pelo clube, na qual conquistou o Campeonato Paulista de 2020.”

Em 10 meses de comando, o treinador levou a equipe à conquista do Campeonato Paulista sobre o rival Corinthians, que encerrou um jejum de títulos estaduais que perdurava havia 12 anos, e a deixou classificada para as oitavas de final da Libertadores, com possibilidade ainda de ter a melhor campanha da fase de grupos.

Vanderlei conduziu a equipe em 36 jogos válidos por competições oficiais nesta sua última passagem. Foram 17 vitórias, 14 empates e 5 derrotas. Um aproveitamento de 60% dos pontos disputados.

Apesar de ter perdido poucas partidas, o Palmeiras empatou muito. O desempenho irregular dentro de campo ao longo da temporada foi o grande problema do treinador. Sem conseguir definir um padrão de jogo, sofreu com críticas de torcedores mesmo na longa fase invicta do clube no ano.

Contratado em dezembro de 2019, Luxemburgo assinou contrato de dois anos com a missão de fazer um maior uso de jogadores das categorias de base, um movimento contrário ao mostrado pelo clube desde 2015, quando se notabilizou por altos investimentos em aquisições de atletas e pela pouca utilização dos formados em casa.

O técnico conseguiu dar espaço a jovens, como Patrick de Paula, Gabriel Menino, Wesley e Gabriel Veron, mas teve dificuldades em trabalhar com outros mais experientes, como Gustavo Scarpa, Lucas Lima, Ramires e Bruno Henrique -esse último, transferiu-se para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita.

Para piorar a situação, perdeu Dudu, o maior ídolo contemporâneo do clube, vendido ao Al-Duhail, do Qatar, em julho.

Ao longo do ano, Luxemburgo rebateu críticas sobre o desempenho da equipe e as chamou de exageradas, mas após a derrota para o São Paulo, no último sábado (10), mudou a estratégia de defesa de seu trabalho.

“Temos os garotos que subiram e esse é o elenco agora, vamos ver como encaixar de novo e da melhor maneira para a equipe funcionar. Deram muita pancada em mim porque a equipe jogava ‘feio’. Tem que saber se tenho equipe para jogar bonito”, disse na coletiva. É o tipo de mensagem que pode desgastar a relação com o elenco.

A derrota para o Coritiba nesta quarta-feira foi a gota d’água para a diretoria. O time se mostrou desorganizado em campo, muito além que o de costume, e sem poder de reação. Inquieto na área técnica, Luxemburgo fez as cinco substituições que viraram praxe nos jogos do Palmeiras, mas nada surtiu efeito.

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