População pode denunciar o não cumprimento da Lei Antifumo pelo telefone 0800-771-3541 (Foto: Rafael Neddermeyer)

Os dependentes do tabaco enfrentam muitos desafios quando decidem parar de fumar. Nem sempre tentar sozinho é uma tarefa fácil, por isso, muitas vezes é importante pedir ajuda médica.

A psicóloga especialista no assunto Ivone Charran conta que aproximadamente 5% dos fumantes conseguem abandonar o cigarro sozinhos, sem tratamento ou acompanhamento médico. “O restante, ou 95%, precisam de ajuda especializada”, afirma.

O consumo de tabaco só traz prejuízos para a saúde. Entre os inúmeros malefícios para os fumantes, o tabaco aumenta significativamente as chances de morte por acidente vascular cerebral, doenças respiratórias e odontológicas.

De acordo com a diretora da Vigilância Sanitária Estadual, Maria Cristina Megid, o maior número de vítimas do tabaco morre por infarto. Fumantes apresentam a doença precocemente.

“O hábito é um fator de risco para doença coronariana precoce, mas também para doenças respiratórias, que geralmente começam a pesar na saúde do fumante com 50, 60 anos. Nota-se, a partir desta idade, que o fôlego acabou”, explica.

Segundo dados do Incor, a cada ano 6 milhões de pessoas morrem em todo o mundo por doenças atribuídas ao cigarro. No Brasil, cerca de 130 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de doenças relacionadas ao fumo, o que representa 13% do total de óbitos do país.

“O tabaco mata mais que todas as outras drogas juntas”, garante o psiquiatra Montezuma Pimenta Ferreira, do Ambulatório de Tabagismo do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Sem contar, é claro, que muitas vezes essa dependência anda de mãos dadas com outras, como alcoolismo e o vício em outras drogas”, completa.

Para ajudar a parar com o vício e evitar recaídas, trocar o cigarro por algo que dê prazer, como as atividades físicas, pode ajudar. Elas são capazes de melhorar a qualidade de vida e atuam como uma válvula de escape.

O motorista Belmiro da Silva conta que parar de fumar foi estressante. “No começo você está animado, as pessoas te apoiam, mas depois a empolgação passa, você quer fumar pelo hábito quando vê outras pessoas fumando. É preciso muita força de vontade e dedicação”, diz.

Lei Antifumo

Uma medida efetiva no combate ao tabagismo foi criada em agosto de 2009, com a Lei Antifumo. A normativa, que serviu de exemplo para vários outros estados brasileiros, proíbe o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em locais total ou parcialmente fechados.

O valor da multa por descumprimento à lei é de R$ 1.253,50, e dobra em caso de reincidência. Na terceira vez, o estabelecimento é interditado por 48 horas, e na quarta o fechamento é por 30 dias.

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