O sucesso e reconhecimento mundial dos Irmãos Campana fazem jus ao trabalho fabuloso realizado pela dupla. Os irmãos abriram a porta de seu Estúdio no ano de 1984, na cidade de São Paulo. Segundo biografia, “cofundado por Fernando (1961-2022) e Humberto Campana (1953), o estúdio tinha a proposta de ser um laboratório de materiais e experimentação através da criação e produção de objetos, buscando uma linguagem genuína que mostrasse o melhor do Brasil com dignidade e orgulho pelas nossas raízes. Considerado pioneiro do Design disruptivo, conquistou reconhecimento internacional por seu design de mobiliário e peças intrigantes, estabelecendo uma linguagem singular e inovadora.”
Origem
De descendência italiana, Fernando e Humberto cresceram na cidade de Brotas, criados pelo pai, que era agrônomo, e pela mãe, professora. Dos dois filhos, um deles é nascido em Rio Claro, Humberto, no ano de 1953. Em 1961, nascia Fernando, em Brotas. Em 1970, Humberto cursou Direito na Universidade de São Paulo e Fernando Arquitetura na Faculdade de Belas Artes, também na capital paulista.
Em 1980, teve início a experimentação, liberdade e disrupção. Com muita dedicação, estudo e entendimento na área, os Irmãos Campana desconstruíam o design e abriram portas para uma carreira admirável e a realização de trabalhos respeitados mundo afora.
Os anos de 1990 dos Irmãos Campana foram marcados pela espontaneidade, audácia e descoberta, passando do ordinário ao extraordinário. Entre 2000 a 2010, as fronteiras foram quebradas através da diversidade, excelência, beleza e colaboração. De 2010 a 2020, o foco seguiu na expressividade, credibilidade e respeito, indo muito além do design. E desde 2020, o trabalho desenvolvido é focado na sustentabilidade, pensando no futuro, com responsabilidade e consciência.
Em 16 de novembro de 2022, o designer e arquiteto Fernando Campana faleceu. Mas seu legado seguiu sendo admirado e acessado através de Humberto.

Parque Campana
O Instituto Campana, fundado em 2009 por Fernando e Humberto Campana, inaugurou em outubro de 2024 o seu mais ambicioso projeto: o Parque Campana. Situado a 250 km da cidade de São Paulo, na cidade de Brotas, onde os irmãos passaram sua infância, o parque ocupa uma área de 52 hectares e tem como objetivo integrar arte, educação e natureza.
Na sua primeira etapa, o parque dará acesso a oito dos doze pavilhões projetados pelos Irmãos Campana, cada um remetendo à origem toscana da família, feitos com materiais locais, plantas e fibras naturais, como bambu, agave, eucalipto, palha e mandacaru, criando uma arquitetura em harmonia com a natureza.
“Esse parque é a realização de um sonho meu e de Fernando. Tivemos a sorte de desenhar este projeto juntos em 2020, quando estávamos todos presos em casa durante a pandemia, e começamos a passar mais tempo em Brotas, onde, desde o ano 2000, aproveitamos um pedaço de terra que herdamos do nosso pai para plantar mais de 20 mil mudas de árvores nativas. Mas logo percebemos que havia um potencial maior, e começamos a construir pavilhões com materiais locais, ampliando a escala do nosso trabalho.
O sonho foi crescendo e pensamos que estava na hora de trazer nosso legado e compartilhar nossa experiência com oficinas que ministramos em diversas partes do mundo para nosso quintal, para Brotas. Fernando gostava muito de ir ao parque e ficar horas imerso no meio da floresta. Eu, desde criança, fazia casa nas árvores, andava descalço, queria ser índio. Eu digo que nossos biomas são dignos de museus de arte, nosso verdadeiro tesouro. Então, este parque é um convite para que todas as pessoas se aproximem da essência do nosso trabalho, que é celebrar a vida, aprender a viver respeitando nossas raízes e a natureza”, diz Humberto Campana.
Pensado como um espaço de contemplação e aprendizado, o parque conta com um projeto de educação ambiental. Visitantes terão direito a uma visita guiada educativa e uma atividade extra opcional, a fim de ampliar a imersão nos conceitos das obras. Numa segunda etapa, oficinas de técnicas manuais, cursos e residências artísticas serão oferecidas, assim como um café e um museu que trará uma seleção de peças do acervo de mais de 6 mil peças do Instituto Campana.
Um projeto pioneiro de pesquisa científica também está previsto, com foco na restauração da paisagem de um ambiente de transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado. Pastagens serão transformadas em florestas e sistemas agrícolas diversificados, ecologicamente equilibrados e multifuncionais.
Esses novos ambientes não vão apenas produzir alimentos, como frutas e sementes, e outros produtos, como mel e madeira para marcenaria, que serão utilizados no Parque Campana. Eles também vão ajudar a regular o clima, aumentar a biodiversidade (variedade de espécies de plantas e animais) e melhorar os serviços ecossistêmicos ligados à água e à redução da poluição. Os visitantes poderão acompanhar e replicar os conhecimentos científicos gerados, contribuindo para melhorar o entendimento sobre a restauração dessas áreas.
Galeria de imagens




Serviço
Os dias de visitação serão na última sexta-feira e sábado de cada mês, exceto feriados (sujeito a alteração). Os ingressos são limitados a 30 pessoas por período (dois de manhã e um à tarde) e devem ser adquiridos exclusivamente através do site www.parquecampana.com.br. Cada ingresso dá direito a uma visita guiada de uma hora (obrigatória) + atividade educativa de 30 minutos (opcional). O período de visitação é de 2 horas no total.
Os valores nesta primeira etapa são de R$ 50,00 para inteira e R$ 25,00 para meia-entrada. Crianças de até 5 anos, idosos com mais de 65 anos e grupos de escolas públicas não pagam.
O parque conta com 20 vagas para automóveis. Reservas podem ser feitas no ato da compra do ingresso. O valor para carros e motos é de R$ 20,00. Vans e microônibus, R$ 25,00.