O vereador Rodrigo Guedes, presidente do União Brasil e irmão do vice-prefeito Rogério Guedes, foi o entrevistado no programa Farol JC. Na oportunidade, avaliou seu primeiro mandato na Câmara Municipal, também sobre a presidência do partido em Rio Claro e a disputa eleitoral que se aproxima, fazendo críticas à base governista do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) e ao vereador Paulo Guedes, da sua família. Confira alguns trechos a seguir e o vídeo na íntegra no youtube.com/jcrioclaro.
Como avalia o primeiro mandato?
A gente tem trabalhado forte com a população, já que sabemos que o vereador é o agente fiscalizador das ações do Executivo. O balanço que temos desde o primeiro ano de mandato é de saldo positivo, conquistamos muitos feitos, emendas parlamentares e projetos. Com emendas, compra de veículos, patrulha mecanizada, ambulâncias, aparelhos auditivos, já batemos R$ 8 milhões com nossos deputados.
No início do mandato, o senhor era da base, mas Rogério e Gustavo romperam a aliança…
Apesar de na época eu fazer parte da base, eu sempre fui dono do meu voto. Sempre votei com a minha consciência, tanto que algumas votações foram polêmicas, tivemos a prestação de contas do ex-prefeito [Du], eu achei que a situação era técnica e votei favorável. Gerou uma polêmica entre os vereadores. Sempre votei com minha consciência. Hoje sou oposição, sou situação do vice Rogério até 31 de dezembro, mas oposição a Gustavo por achar que a gestão não é boa, ele veio com a promessa de bom gestor e à medida que foi afunilando o caldo engrossou. O Rogério se divorciou do Gustavo, o estopim foi a venda do aeroclube, o qual votei contra. Temos uma cidade endividada, R$ 125 milhões em empréstimos. Fora as áreas de Rio Claro que estão sendo vendidas.
Rogério estava “aguentando” calado ou se preparava para sair do governo?
Ele não estava se preparando para pedir divórcio. Era algo que o próprio grupo quis desde o início. Quando Rogério e Gustavo foram vencedores das eleições, começou uma perseguição implacável, do próprio grupo do Gustavo sobre a vida do Rogério. [Recaía sobre mim] consequentemente, há um reflexo. Na Câmara por inúmeras vezes o vice-prefeito era o centro do debate. Se houve algo premeditado, foi por parte do grupo do prefeito. Chegou a uma situação que não teve como conter.
Como foi a articulação para presidir o União Brasil?
Me identifiquei muito com o União, é minha linha de trabalho, é um partido de direita. Trafego muito bem pelos corredores do partido, criei amigos e o Duzão, coordenador estadual, criamos um vínculo de amizade grande. Estivemos na estadual no ano passado, e o União expressou seu desejo de trazer um projeto novo para Rio Claro. Dentro desse projeto, estaria o Rogério como uma das intenções. Começamos a construir uma nova política e ele se encaixou neste perfil. Ele continua sendo, mas há tratativas. Não tínhamos certeza do PL no projeto conosco, e o PL também expressou vontade. O União, pensando no projeto novo para Rio Claro, abriu mão da majoritária para que Rogério permanecesse no PL.
Paulo Guedes, vereador e seu tio, disse que não apoia Rogério, mas Gustavo. Como avalia?
É de se estranhar por ser da mesma família, mas penso que o Paulo e o Rogério são igual água e óleo. O Rogério tem uma proposta de uma nova política, voltada à população. Ele anda nos bairros, seja no Centro ou bairro mais recuado. Ele conhece de ponta a ponta, canto a canto. Conhece os problemas da cidade. Rogério tem uma nova proposta, o Paulo representa a velha política. E a população está cansada da velha política, do toma lá da cá, e o Gustavo tem essa proposta, a velha política também. Penso que no final o Paulo e o Gustavo se merecem.