Carine Corrêa
“A condenação foi uma manobra política da oposição”, disse o ex-prefeito de Analândia Roberto Perin, irmão de Luiz Carlos Perin, condenado no último dia 29 pelo assassinato do vereador Evaldo José Nalin em 2010.
A decisão foi tomada por quatro jurados. Três foram contrários e para eles o réu deveria ser absolvido. “Foi a influência da acusação que fez rodeios durante o julgamento e atribuiu os meus processos políticos à condução do crime”, diz o ex-prefeito de Analândia, que governou no município durante doze anos e em quatro assumiu o cargo de vereador.
O advogado de defesa Ariovaldo Vitzel Júnior rebate a decisão do júri com base na impronúncia dada em janeiro de 2012, pelo juiz de Direito Daniel Borborema. A impronúncia foi feita, na época, na inconsolidação de dois indícios apresentados pela acusação.
O primeiro seria que Luiz Perin teria entregue uma maleta a dois rapazes que ocupavam uma motocicleta em um posto de combustível logo na entrada de Analândia, de forma a “encomendar” o crime. No entanto, Vitzel justifica que foi comprovado judicialmente que tal fato não ocorreu. Levantaram que as imagens gravadas pelas câmeras de segurança do posto haviam sido apagadas a pedido da família Perin. “Conforme pedido do juiz, foi solicitado laudo à CPFL, Companhia de Energia de São Carlos, que comprovou que naquele dia houve queda de energia no local”, explica Vitzel.
O segundo indício estava ligado a uma conversa telefônica entre o suposto executor do crime, André Picanto, e o seu irmão, que se mostrou inconsistente no documento assinado pelo juiz de Direito para condenar o então réu Luiz Perin. A promotora Fernanda Hamada, que presidiu o plenário, foi procurada, mas preferiu não falar sobre o caso.