Matheus Pezzotti
Depois de praticamente uma semana de competição, com provas de domingo (20) até a última sexta-feira (25), o rio-clarense Cláudio Schmidt consagrou-se como campeão do 57º Campeonato Nacional de Planadores, em Bebedouro.
Tendo conquistado também em 2006 e 2009, este é seu terceiro título brasileiro, que valeu vaga para o Mundial, na Lituânia, em junho do próximo ano.
Com o total de 4.944 pontos na categoria Racing (planadores com envergadura de 15 m, chegando à média de 100 km/h), Cláudio teve a maior pontuação não só entre os 11 pilotos de sua categoria, mas de todo o campeonato, que também contou com as categorias Open (planadores com velocidade média de até 145 km/h, com envergadura de 26 m) e Olímpica (planadores menores, com 13 m de envergadura, chegando a uma média de 80 km/h).
“Esse é meu terceiro título, mas dos outros não consegui ir para o Mundial. Estou um pouco mais preparado para disputá-lo agora. Ano passado, participei do Mundial da Finlândia e fiquei em 17º lugar de 38 pilotos, sendo o melhor americano. Agora terei mais tempo para treinar e buscar uma melhor colocação”, diz.
A COMPETIÇÃO
Antes das provas, o meteorologista do campeonato faz a sondagem do tempo e clima e passa as informações para os responsáveis em formular as provas das categorias. Com os dados, são determinados o local da prova e o tempo estipulado de voo.
“Basicamente, quem fizer a maior velocidade média no percurso vence. Há outros tipos de prova, como fazer o percurso determinado em menor tempo, mas consequentemente fará em velocidade maior, ou seja, vence quem faz a melhor velocidade”, explica.
Para isso, cada piloto leva um registrador de voo, com GPS, que marca sua localização. Ao pousar, o programa é descarregado em um computador que analisa o voo, percurso e, claro, a velocidade média.
Para ter mais tempo de voo, Cláudio explicou também que é como as aves de rapina fazem, aproveitando bolsões de ar quente para ganhar altura, voando em círculos. Depois, começa a planar até encontrar outros bolsões, sem descartar interferências, como variações do vento e outros fatores.
Na decolagem, os planadores são levados por aviões rebocadores por uma corda de 50 metros de comprimento e, a partir de 600 metros de altura, a corda é solta e o piloto começa a controlar seu voo no planador.
HISTÓRIA
Aos 47 anos de idade, Cláudio é piloto desde 1999. Filho de Vilson Schmidt, também piloto e um dos integrantes da primeira turma de formandos de voo a vela em Rio Claro, por influência da família, que também tem seu irmão, Carlos Alberto Schmidt, começou a voar.
“Fui tomando gosto pela coisa, participando de campeonatos. É uma sensação muito boa voar em um planador. Eu voo em parceria com João Alexandre Widner, oito vezes campeão brasileiro, que chegou a ser quarto em mundial, e aprendi muito com ele”, finaliza.